quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

DISTOPIA CINEMATOGRÁFICA NOS MOSTROU COMO CANIBAIS INVOLUNTÁRIOS EM 2020

No mundo de 2020 é que não estamos, felizmente!

O filme, um sci-fi menor dirigido em 1973 por Richard Fleischer e hoje praticamente esquecido, só destacou o ano de 2020 em seu título brasileiro. O original era Soylent Green, nome do alimento principal nesse distópico futuro.

Charlton Heston, um policial devotado ao dever, investiga a fundo o assassinato do presidente da companhia que produz tal alimento sintético em larga escala e acaba descobrindo um segredo guardado a sete chaves: o de que a proteína utilizada é humana, com os idosos sendo induzidos, mediante doutrinação religiosa, a se deixarem matar para aumentarem a chance de sobrevivência dos jovens.

O autor da novela, um tal Harry Harrison, evidentemente foi influenciado pelas teorias do economista britânico Thomas Maltus (1766-1834), segundo quem a população mundial aumentava em progressão geométrica (ex: 2-4-8-16-32...) e a produção de alimentos em progressão aritmética (ex: 2-4-6-8-10...), daí a necessidade de um eficiente controle populacional para evitar-se a escalada da fome. 

Marx destruiu sua argumentação provando que o desenvolvimento das forças produtivas, desde que libertadas da tirania do lucro, seria mais do que suficiente para proporcionar alimentos em quantidade suficiente para cada habitante do planeta.

Mas, com o otimismo característico dos revolucionários, ele jamais imaginaria imaginaria uma tão prolongada agonia do capitalismo, a ponto de o desenvolvimento das forças produtivas se dar até hoje sob o tacão do lucro, deixando em plano secundário a preservação do meio ambiente. 

Havendo um mínimo de vontade política, seria tarefa facílima erradicar-se a fome no mundo inteiro. 

Já impedir que a devastação do nosso patrimônio natural e a emissão desembestada dos gazes dos combustível fósseis extingam a espécie humana (ou parte significativa dela) se torna cada vez mais difícil, pois o atraso na tomada das providências necessárias é enorme e cada vez mais nos aproximamos de um ponto de não-retorno. (por Celso Lungaretti) 

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