No mundo de 2020 é que não estamos, felizmente!
O filme, um sci-fi menor dirigido em 1973 por Richard Fleischer e hoje praticamente esquecido, só destacou o ano de 2020 em seu título brasileiro. O original era Soylent Green, nome do alimento principal nesse distópico futuro.
Charlton
Heston, um policial devotado ao dever, investiga a fundo o assassinato do presidente
da companhia que produz tal alimento sintético em larga escala e acaba descobrindo um segredo guardado a sete chaves: o de que a proteína
utilizada é humana, com os idosos sendo induzidos, mediante doutrinação
religiosa, a se deixarem matar para aumentarem a chance de sobrevivência
dos jovens.
O
autor da novela, um tal Harry Harrison, evidentemente foi influenciado
pelas teorias do economista britânico Thomas Maltus (1766-1834), segundo
quem a população mundial aumentava em progressão geométrica (ex:
2-4-8-16-32...) e a produção de alimentos em progressão aritmética (ex:
2-4-6-8-10...), daí a necessidade de um eficiente controle populacional
para evitar-se a escalada da fome.
Marx
destruiu sua argumentação provando que o desenvolvimento das forças
produtivas, desde que libertadas da tirania do lucro, seria mais do que
suficiente para proporcionar alimentos em quantidade suficiente para
cada habitante do planeta.
Mas,
com o otimismo característico dos revolucionários, ele jamais
imaginaria imaginaria uma tão prolongada agonia do capitalismo, a ponto de o
desenvolvimento das forças produtivas se dar até hoje sob o tacão do
lucro, deixando em plano secundário a preservação do meio ambiente.
Havendo um mínimo de vontade política, seria tarefa facílima erradicar-se a fome no mundo inteiro.
Já
impedir que a devastação do nosso patrimônio natural e a emissão
desembestada dos gazes dos combustível fósseis extingam a espécie humana
(ou parte significativa dela) se torna cada vez mais difícil, pois o
atraso na tomada das providências necessárias é enorme e cada vez mais
nos aproximamos de um ponto de não-retorno. (por Celso Lungaretti)
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