O Sílvio Santos mimoseou o Bolsonaro com o comercial abaixo, no qual reaproveita um slogan e uma música que a ditadura militar utilizava em sua propaganda ufanista, na fase do milagre brasileiro e da conquista do tri:
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Eu, que estava então conhecendo de perto os ídolos do Bolsonaro e os outorgadores de tevês a quem o Sílvio Santos é grato até hoje, retribuo dedicando-lhe a música que melhor traduz os sentimentos que sua atitude me inspirou:
"Lá vem o Cordão dos Puxa-Sacos / dando vivas aos seus maiorais. / Quem está na
frente é passado pra trás / e o Cordão dos Puxa-Sacos / cada vez aumenta mais ///
Vossa Excelência... / Vossa Eminência... / Quanta reverência nos cordões eleitorais! /
Mas se o doutor cai do galho e vai ao chão, / a turma logo evolui de opinião / e o
Cordão dos Puxa-Sacos / cada vez aumenta mais" (Roberto Martins)
6 comentários:
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Vivemos num momento ufanista.
Os caras sabem que precisam alimentar o otimismo ufanista e a utopia de se achar que tudo dará certo.
A panaceia atual é a reforma da previdência, então teremos alguma coisa neste sentido, mas a reforma em si será postergada e, mesmo que venha, se revelará insuficiente.
Pesam sobre o Estado o caos fiscal, o super endividamento das famílias e a dívida publica crescente.
Por outro lado, a situação da economia está tão deprimida que esta selic artificialmente baixa não impacta a inflação.
Não bastassem as nossa fragilidades, temos um ambiente internacional com sinais de estouro da bolha do mercado americano, a guerra comercial USA x China e a bolha imobiliária chinesa.
Não tem como dá um "by pass" quando o tsunami financeiro incinerar quase metade dos ativos e atingir em cheio a patota do mercado daqui.
Até lá segue o baile.
Quando o PT fazia todo tipo de jogo sujo para não perder a eleição de 2014, eu avisei que seria um mandato cheio de problemas, que nada de bom prenunciava para o eleito. Melhor deixar que a Marina descascasse o abacaxi e arcasse com a impopularidade que adviria.
Mas, como os petistas não conseguiam mais viver sem as boquinhas, fizeram questão de ganhar de qualquer jeito... e destruíram o próprio partido, além de causarem um dano enorme ao resto da esquerda.
Eu só não me regozijo ao ver que será a extrema-direita que vai se desgastar pra caramba nos próximos anos porque há grande chance de essa gente, ao ficar tolhida por todos os lados, tentar romper as amarras com um autogolpe ou com um golpe militar. Se não fosse tal possibilidade, eu assistiria sem tanta irritação ao fracasso anunciado.
Oi Celso, tudo bem como você?
Aqui é o Hebert, do Rio.
Por coincidência, li uma crônica do Alexandre Figueiredo ( Linha atômica ), sobre Sílvio Santos. Na realidade, já tinha lido uma descrição interessante sobre o homem do baú, que vai além do seu talento em comunicação.
Na crônica ele é descrito como personalidade conservadora ( esteticamente simbolizada pelo costumeiro terno e gravata ), e viés demagógico ( e até populista ), na forma de se dirigir as suas "colegas de trabalho", e também alguns quadros criados por ele, que passam esta impressão, se formos olhar de forma mais crítica, nua e crua.
Me lembro do quadro curto do programa, em que era mostrada o dia a dia do presidente João Figueiredo, na época consciente de minha infância, mostrando claramente e desde sempre, o posicionamento do empresário, e apresentador.
Com relação ao posicionamento dos artistas, celebridades e formadores de opinião, é preocupante ( além dos dias que estão por vir ), o fato de que ninguém ainda adotou uma narrativa serena e apaziguadora, algo que sinalize o esfriamento da tensão social ainda latente no país.
Leio, ouço e vejo tanto lá como cá, todo o tipo de argumento, números, estatísticas, até mesmo exemplares de livros, sendo usados não como base de argumentos, mas como "arma" contra supostos ignorantes ( ou discordantes ).
Incluindo gente de alguma relevância, cujo comportamento é típico das carolas e xerife-patrulheiros, figuras que se intitulam "resistência", mas que vão na contra-mão de ideias como as suas ( as dos cronistas aqui ), sobre de organização e mobilização, isso é preocupante.
A boa notícia, é que Vocês não são os únicos na luta, existem outros cronistas-blogueiros, com crítica, e com ideias que incluem a aproximação da esquerda com cidadãos comuns, alheios a discussão de direita vs esquerda, cronistas como o Raphael Tsavkko Garcia.
Ele tem ideias como estas:
" A esquerda precisa criar um ecossistema completamente independente do PT e do PseudoB, perder o jargão "militante de DCE" e (re)aprender a dialogar com a população.
Não precisamos mais de fanáticos seguindo um líder messiânico minando qualquer alternativa de esquerda para se perpetuar no poder.
A esquerda vai precisar, independentemente do resultado das urnas hoje ( 28/10/18 ), repensar completamente seus métodos. Jogar no lixo as lideranças tradicionais e messiânicas e buscar começar do zero. Pela base, contra caciques, engajando em debates com a população, buscando alcançar os jovens, apresentar propostas realistas, ter pé no chão e não ter medo de bater de frente com a turma autoritária "LulaLivre".
Acima de tudo, a esquerda precisa perder o nojinho de dialogar com quem pensa diferente. Tem que ir e conquistar. Tem que falar uma língua acessível, saber ouvir as críticas e buscar meios de convencer sem ofender, sem atacar quem pode ser conquistado.
Se continuar amarrado em narrativas falidas e fracassadas como "GOLPE" ou "Eleição sem Lula é fraude" enquanto xinga e ataca quem não se submete irá afundar de vez.
Os petistas tem razão em uma coisa, tudo começou em 2013. Só que eles entenderam errado o que aconteceu.
Tudo começou com o esmagamento de 2013 que o PT ajudou a promover para impedir o surgimento de qualquer nova ideia de esquerda. "
A luz no fim do túnel pra mim, seria uma visibilidade de vocês, ou de suas ideias, oxalá, amém , e que assim seja!!! Abraço.
Herbert,
há muita coisa ainda por acontecer.
Eu me esforço muito para resgatar o conceito de que nossas táticas devem levar sempre em conta a correlação de forças. Os esquerdistas de hoje são obcecados com definições estratégicas e isto os acaba levando à inflexibilidade tática.
Por sermos bem mais fracos do que a direita neste instante, o sensato é tentarmos evitar confrontos e favorecermos a recomposição do centro político. A prioridade máxima é impedirmos que a atual democracia imperfeita seja substituída por alguma modalidade totalitária (autogolpe bolçonaresco ou ditadura militar).
Se conseguirmos segurar a onda durante algum tempo, esse governo destrambelhado vai se desconstruir sozinho. E aí poderemos partir para táticas diferentes.
A outra prioridade é reconstruirmos a esquerda, pois a responsável pelos fracassos desastrosos de 2016 e 2018 não pode continuar metendo o pé pelas mãos em nosso nome.
Abs.
Oi Celso, aqui é o Hebert.
Não pude deixar de passar rapidamente pelo blogue ( principalmente pela crônica ),
pra comentar contigo, que pelo visto o homem do baú, tá que tá!!!
Abraço.
Herbert,
não tinha respondido nada a respeito do que você comentou sobre o SS (são as iniciais do nome dele ou seu destino manifesto?) porque é uma criatura de outra galáxia, no que me diz respeito.
Passei a vida toda ignorando o programa dominical dele. Detestava ver minha mãe comprando aqueles carnês engana-trouxas e depois de pagar um tempão, trocar seu crédito por qualquer besteirinha de valor insignificante.
Sei que ele puxava o saco dos ditadores, mas não prestava atenção. Tinha outras preocupações bem mais sérias naquele tempo.
Nem me incomodaria se agora ele apenas apoiasse o Bolsonaro. O que mais poderia esperar de um indivíduos desses?
Só me emputeceu ele estar tirando do baú os slogans da ditadura. Este, sim, é um calo dolorido para nós. Estávamos arriscando a vida a cada momento, companheiros estimados sofriam as piores torturas, eram executados a sangue-frio, e víamos esses cartazes ignóbeis de "Brasil, ame-o ou deixe-o" espalhados pela cidade. Eram um acinte.
De resto, seguindo aquela frase que os espíritas atribuem ao Cristo, deixemos os mortos enterrarem seus mortos e vamos cuidar dos vivos.
Abs. e ótimo feriadão!
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