Filme destaca os diálogos de Sócrates, imortalizados por Platão |
O personagem histórico é fascinante e o filme, segundo o Inácio Araújo (um colega meu no tempo em que ganhava meu pão como crítico cinematográfico acidental), "tem fluência, humor e os melhores diálogos de todos os tempos".
Ainda vou assistir. Então recorrerei, para introduzi-lo, a trechos da boa apresentação do blogueiro João De Mattar (cuja íntegra pode ser acessada aqui):
"O filme, originalmente produzido para a televisão, mostra o final da vida do filósofo grego Sócrates (470 – 333 a.C.), incluindo seu julgamento e sua condenação à morte. É composto quase que totalmente por diálogos, baseados nos Diálogos de Platão como Eutífron, Hípias, Apologia, Críton e Fédon, além de uma breve encenação da comédia As Nuvens, de Aristófanes, que ridiculariza Sócrates. É sempre bom lembrar que Sócrates nada escreveu, pois acreditava que a filosofia devia ser praticada oralmente.
Ele foi condenado a ingerir chá de cicuta (veneno mortal) |
A interpretação de Jean Sylvère para Sócrates é austera e comovente. É possível assistir Sócrates, acompanhado de seus discípulos, andando por Atenas e empregando seu método, a maiêutica, que levava seus interlocutores a caírem em contradição. Assim, podemos conhecer várias figuras da época.
Em determinado momento, Meleto acusa Sócrates de corromper a juventude e pede a pena de morte. O orador Lísias é chamado para defender Sócrates, que acaba decidindo defender-se sozinho, em nome da verdade.
No julgamento, Sócrates é acusado por seus ex-alunos Meleto, Ânito e Lícone de negar os deuses de Atenas, de propor novas divindades e de corromper a juventude. No final, condenado, não aceita o exílio nem outras penas alternativas, preferindo morrer. Críton e seus discípulos ainda planejam uma fuga, quando ele já está preso, que Sócrates também rejeita.
O filme de Rossellini emprega poucas técnicas cinematográficas, privilegiando os diálogos e mostrando Sócrates não como um herói, mas como um homem comum".
Um comentário:
Assisti.
Uma preciosidade mesmo.
E que os diálogos são bons, não resta a menor dúvida.
São de Platão.
Rossellini se virou nos trinta e fez um filme bom e barato.
Comove e exalta.
Postar um comentário