Também a Folha de S. Paulo, em seu editorial dominical, propõe uma saída criativa do atoleiro no qual se encontra o Brasil. E o faz de maneira muito mais desastrada do que o Demétrio Magnoli fez no sábado:
"...o país pode ver-se preso entre o impensável retorno às eleições indiretas [caso a Justiça Eleitoral casse depois do reveillon o mandato de Temer] e o inaceitável casuísmo do TSE [caso deixe de o cassar apenas porque o Congresso Nacional está desmoralizado demais para eleger presidentes neste momento].
Ainda que por ora esse cenário não passe de simples especulação, sua possibilidade deveria chamar a atenção de todos os que se preocupam com a democracia e as instituições brasileiras. É preciso, em outras palavras, buscar um caminho para evitar o impasse -mesmo que este jamais se configure.
Tal caminho é conhecido: aprovar uma proposta de emenda à Constituição para mudar as regras que versam sobre eleição presidencial em caso de vacância definitiva dos cargos de presidente e vice. A escolha deveria se dar por voto popular; a eleição seria indireta apenas se necessária nos últimos seis meses de mandato".
Mas, para tanto, os congressistas teriam de abdicar do direito de elegerem indiretamente o novo presidente da República, com todas as vantagens políticas e de outros tipos que extrairiam do fato de que cada um deles deteria um de 594 votos.
E seriam pelo menos 60% deles no Senado e outros tantos na Câmara Federal (totalizando 357) que precisariam ter um súbito ataque de patriotismo, magnanimidade e desinteresse pelas vis questões materiais.
Para quem acreditar em tal possibilidade, estou disposto a vender barato uns terrenos que possuo na Lua...
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