Que os partidos políticos tradicionais estão há anos sofrendo fortíssimo desgaste no mundo todo não chega a ser novidade.
O Brasil, como é natural, não poderia escapar a esse fenômeno. O mais recente indício apareceu 6ª feira (28) na coluna da sempre excelente Mônica Bergamo, que mostra só duas instituições com menos prestígio que a Presidência da República: são exatamente os partidos políticos (só 7% dos pesquisados pela Escola de Direito da FGV-SP confiam neles) e o Congresso Nacional (com apenas poucos mais de 10%), que é a casa dos políticos.
O problema é que, se os velhos partidos estão em decadência, os novos tampouco parecem firmar-se como alternativas, ao contrário do que parecia possível não faz tanto tempo assim...
...A crise dos partidos vai além deles, como aponta Antonio Navalón, colunista de El País:
"Estamos ante a crise generalizada do sistema de representação porque a incapacidade do modelo democrático está produzindo um enorme vazio de poder".
No Brasil, o vazio é representado pelo aumento da abstenção, dos votos brancos e nulos, fenômeno que virou até tema de campanha.
Parte da crise é causada pelo fato de que a democracia está sendo sequestrada pelo poder econômico.
Os programas partidários têm que ser abençoados pelos mercados para poderem ser implementados.
A rua sente que seu voto conta pouco.
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(principais trechos da coluna dominical de Clóvis Rossi, veterano repórter especial da Folha de S. Paulo,
intitulada A política cai no vazio)
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