Um relato que me impressionou na meninice: o do intérprete de uma composição sobre o pós-morte que realmente faleceu em seguida, vítima de um acidente improvável.
O povo dizia que o coitado teria sido punido por revelar os mistérios do além, recebendo o castigo de conhecer prematuramente a situação descrita na música.
O povo dizia que o coitado teria sido punido por revelar os mistérios do além, recebendo o castigo de conhecer prematuramente a situação descrita na música.
Garimpando no Google, localizei o episódio.
O cantor se chamava Almir Ribeiro e morreu afogado aos 22 anos, quando já fazia considerável sucesso.
A música é o samba-canção "Onde estou?", de Hervê Cordovil e Vicente Leporace. Visivelmente inspirado no kardecismo, mostra um espírito desorientado, ainda ignorando o que lhe aconteceu mas já suspeitando da verdade (o verso final é "será que a morte abreviou os dias meus?"). O compacto simples que a incluía foi lançado cerca de dois anos antes de ele morrer.
Pelo sim, pelo não, dali em diante nenhum(a) outro(a) cantor(a) gravou ou interpretou esta música. Tornou-se tabu.
Encontrei no Youtube um trecho do filme Absolutamente certo (d. Anselmo Duarte, 1957) em que Almir Ribeiro canta a mórbida "Onde estou?". Vejam embaixo; sabendo o que depois lhe sucedeu, dá arrepios.
Resolvi lembrar aqui este aspecto, digamos, premonitório, porque não o encontrei em nenhum outro lugar. Qualquer dia virará filme.
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