domingo, 31 de janeiro de 2016

APOLLO NATALI: "JORNALISTA, PROFISSÃO PROIBIDA"

Congratulações ao Congresso Nacional pela seriedade com que tratou e aprovou, em 2009, próximo da unanimidade, a volta da obrigatoriedade do diploma de jornalismo! Foram 68 votos a 7 no primeiro turno e 60 a 4 no segundo. Quando a Câmara dos Deputados der sua aprovação, dizíamos, seremos jornalistas! 

Nunca vamos dizer isso. A Câmara não aprovou. Deixou esse assunto quieto para sempre. Jamais receberemos a graça de exercer com reconhecimento nossa profissão apaixonante, a certeza de um país melhor e de lambujem reconquistarmos nossos direitos trabalhistas, porque não voltaremos a ter a profissão regulamentada.

Desde a traumatizante decisão do Supremo Tribunal Federal que derrubou a  obrigatoriedade, venho manifestando em prosa e verso meu tormento com aquela postura cavernosa do tribunal maior do país. Meus mais aflitivos lamentos em defesa da obrigatoriedade do diploma de jornalismo traduziram-se no envio do total de 600 cartas abertas, a cada um dos 80 senadores, 520 deputados federais e às Mesas Diretoras do Senado e da Câmara.

O momento de respirar fundo chegou com a correspondência da secretária-chefe da Mesa do Senado Federal, Cláudia Lyra Nascimento, informando que minha manifestação (Carta aberta ao Senado Federal) havia sido juntada ao processado da proposta de Emenda à Constituição nº 33, de 2009, que acrescenta o artigo 220 à Constituição Federal para dispor sobre a exigência do diploma de curso superior de comunicação social, habilitação jornalismo, para o exercício da profissão de jornalista. A matéria, encaminhada à Casa Revisora da Câmara dos Deputados, voltaria a tramitar no Senado Federal caso fosse aprovada alguma modificação de mérito. A Câmara emudeceu.

É chocante o descaso com que o profissional jornalista vem sendo tratado pelos  defensores da não obrigatoriedade, à frente a Folha de S. Paulo --principalmente ela, que transformou em folclore a profissão de jornalista e em  crendice popular a sua pregação de que, para ser jornalista, basta o cidadão ser minimamente alfabetizado.

Dois pontos de vista venho ressaltando nas minhas defesas da obrigatoriedade. Um, é que os patrões acabaram por restaurar impunemente o regime de escravidão no trabalho do jornalista. Dois, a não obrigatoriedade torna perpétua a escuridão cultural e política de 389 anos de exploração e de escravidão no país.

Quando deixei o Grupo Estado, faz 24 anos, o jornalista já não era registrado em carteira em mídia nenhuma.  Em qualquer redação, 16 horas de trabalho por dia. Para ter emprego o profissional tinha de abrir firma própria, pagar impostos devidos a uma empresa comum, sem direito a férias, 13º, nem descanso semanal. Melhoria salarial, um pesadelo. Os dias de descanso eram determinados pelo patrão. Podiam ser no meio ou no fim da semana, e eram computados como férias. Trabalho de escravos, direitos de escravos.

De cambulhada, os patrões e seus cúmplices da empreitada arrasadora de dar sumiço a uma categoria profissional inteira, acabaram com a lei de imprensa, o que significa que se arrogam a tirania de injuriar, caluniar, ofender, impunemente. O auge da sufocação foi os opressores terem sepultado a regulamentação de uma profissão vital para a nação, exercida em cada quarteirão do país. A isso, regulamentação, seus comparsas chamam de corporativismo.

Para não dizer que não falou de flores, a Folha editou numa mesma página duas opiniões sobre o diploma de jornalismo. Uma, de seu dependente Clóvis Rossi, que garantiu um não, evidentemente. A outra, de um consagrado jornalista que equilibraria a balança dizendo sim, Jose Hamilton Ribeiro, 70 de profissão. O maior prejuízo da não obrigatoriedade recai sobre a Nação, disse José Hamilton Ribeiro.

O não de Clóvis Rossi é fundamentado em sua pregação de que o exercício do jornalismo depende apenas da conjugação de quatro verbos: ler, ouvir, ver e contar. Esse é a espécie do jornalista de cabresto ao gosto da Folha e seus assemelhados, sobressaltados com o diploma obrigatório e suas conseqüências para os seus encargos sociais, a principal delas é terem de respeitar as leis trabalhistas. 

Que reinado feliz o deles, cercados de jornalistas arregimentados como seus escravos, inaptos para enxergar com nitidez a nação e o mundo, exercer e defender direitos. Horizontes esses discutidos e descortinados numa boa faculdade, sim senhores! Jornalistas a contento de um Frias Filho? Não, ponto e basta. Frias Filho, o próprio, que já havia balbuciado irresponsavelmente: em 15 dias eu faço um jornalista. Até parece!

A jornalista gaúcha Bianca Legasse coletou há alguns anos um punhado de mostrengos de expressão em jornais cariocas como O Globo, O Dia, Jornal do Brasil, Extra. Mostrou assim o quanto é rasteiro e ridículo o jornalismo sem escola:
  • Apesar da meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem intensamente. 
  • A nova terapia traz esperanças a todos os que morrem de câncer a cada ano. 
  • Os sete artistas compõem um trio de talento. 
  • A vítima foi estrangulada a golpes de facão.
  • Os nossos leitores nos desculparão por esse erro indesculpável. 
  • No corredor do hospital psiquiátrico os doentes corriam como loucos. 
  • Ela contraiu a doença na época que ainda estava viva. 
  • Parece que ela foi morta pelo seu assassino.
  • O acidente foi no triste e célebre Retângulo das Bermudas. 
  • O velho reformado, antes de apertar o pescoço da mulher até a morte, se suicidou. 
  • A polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo braço. 
  • Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para satisfação dos habitantes. 
  • O aumento do desemprego foi de 0% em novembro.
  • O presidente de honra é um jovem septuagenário de 81 anos. 
  • Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio trata-se de um incêndio. 
  • Na chegada da polícia, o cadáver se encontrava rigorosamente imóvel.
  • O cadáver foi encontrado morto dentro do carro.
  • Prefeito de interior vai dormir bem e acorda morto.
Por Apollo Natali, que ingressara na imprensa antes do diploma de jornalista se tornar obrigatório e foi automaticamente isentado da nova exigência, à qual ficaram sujeitos apenas os iniciantes na profissão. Mesmo assim, depois de quase quatro décadas atuando nas redações, sentiu que havia uma lacuna em sua brilhante carreira e foi, sexagenário, fazer o curso de jornalismo, graduando-se com louvor aos 71 anos de idade.

10 comentários:

Anônimo disse...

Profissões que necessitam de conhecimento técnico-científico devem ser reguladas, e dos seus praticantes exigir a comprovação do conhecimento teórico e a proficiência para a aplicação prática. Para as outras não.

Não vou falar dos médicos e engenheiros. Um motorista de ônibus e um soldador devem comprovar o conhecimento teórico para a realização das suas funções, o mesmo para qualquer outra que possa por em risco um vida se mal executada.

Das humanas livro apenas a cara dos advogados criminalistas, afinal a liberdade é o item mais importante da existência humana. Para as demais ocupações não vejo nenhuma necessidade de comprovação de um curso de nível superior.

O jornalismo é uma delas. Nunca ouvi dizer que as organizações globo, a editora abril e as demais empresas de mídia contrataram como jornalistas quem não tem diploma, conheces algum caso? Em contrapartida o que eles produzem? Sordidez em estado bruto e mentiras fluídas. Em geral tão canalhas quanto os patrões.

celsolungaretti disse...

Rebolla, para lidarmos com a honra e o prestígio de um cidadão também precisamos de formação adequada, caso contrário poderemos concorrer para a estigmatização de pessoas decentes.

Dou um exemplo. Certa vez, como repórter de Geral d'O Estadão, fui cobrir o caso de um motorista de ônibus que trafegava com a porta de atrás aberta e passageiros pendurados pela Radial Leste. Foi fechado por um caminhão, desgovernou-se um pouco e passou rente a um poste, esmagando algum.

Um delegado prepotente expunha o coitado a humilhações na frente de vários jornalistas, acusando-o de ser "assassino contumaz", pois antes estivera envolvido noutro acidente fatal.

Todos os colegas escreveram suas matérias ou colocaram o caso no ar seguindo a ótica do delegado.

Eu detestei a prepotência do dito cujo, até porque sabia que, quando os moradores da zona Leste vinham para seus empregos no rush matutino, motorista que se indispusesse com eles acabaria linchado.

Fui, então, do caso anterior e descobri que o "assassino contumaz" havia, na verdade, sido isentado de qualquer culpa pelo promotor, que ordenara o arquivamento do processo. O qual, portanto, jamais poderia ter sido utilizado como precedente negativo pelo delegado deslumbrado por holofotes.

É provável que os vizinhos daquele pobre motorista não lessem o Estadão, mas sim os jornais populares e assistissem ao jornalismo mundo cão da rádio e TV. Mas, eu fiz a minha parte para evitar sua satanização.

Quem não domina os aspectos básicos da profissão também corre enorme risco de ser manipulado pelas fontes, principalmente as querem direcionar o noticiário político e econômico. Para escapar disso, o profissional precisa ter muita perspicácia, indagando-se sempre o que têm em vista aqueles que lhe passam informações "de cocheira" (essa gente dá informações corretas algumas vezes e, conquistada a confiança do repórter, passam-lhe uma versão fantasiosa qualquer que a ajuda a manipular mercados, prejudicar rivais em disputas pelo poder, etc.).

Não digo que as escolas de jornalismo sejam uma varinha de condão que garanta a formação de profissionais imunes a tais erros. Mas, tentam. Advertem para riscos como estes. Quem por elas não passou costuma ser mais desnorteado ainda pela ânsia do sucesso e menos criterioso ainda com relação às consequências de seu trabalho.

Valmir disse...

onde o Paulo Francis, o Nelson Rodrigues ou Millor Fernandes obtiveram seus diplomas de jornalistas...alguém sabe me dizer?

Anônimo disse...

Celso

Vou escalar um scratch do jornalismo brasileiro que independente de formação recebida são craques em assassinato de reputações ou mentiras variadas:

Merval Pereira
Reinaldo Azevedo
Josias de Souza
Ricardo Noblat
Fernando Rodrigues
Eliane Catanhêde
Boris Casoy
Rachel Sheherazade
Miriam Leitão
Carlos Alberto Sardenberg
Augusto Nunes

Cara já completei os onze... e ainda sobram nomes, muitos nomes.

Não me parece que no jornalismo a ânsia pelo sucesso e a irresponsabilidade sejam piores ou maiores que a defesa de determinados interesses econômicos e políticos.

Casos como o desse motorista de ônibus, a Escola Base, os quatro torturados de Colombo-PR e muitos outros pelo Brasil afora tem muito mais a ver com a promiscuidade entre os órgãos de segurança e as empresas jornalísticas que a capacidade profissional do repórter. Na realidade uma simbiose na defesa dos interesses escusos que beneficiam a todos eles.

Apollo disse...

Prezado Jorge Nogueira Rebolla,
Não concordo com uma palavra sequer do que dizes, mas defenderei até as últimas consquências teu direito de dizê-las. Cumpro, assim, minha função de verdadeiro jornalista. Não concordo com nada do que dizes, mas podemos ser amigos. Te quero bem.
Escreva sempre. abraço, apóllo natali.

celsolungaretti disse...

A questão é muito ampla. Mas, continuo preferindo o trabalho de apuração que os grandes jornais desenvolvem (ou seria melhor dizer "desenvolviam no meu tempo?") do que o da maioria dos blogues, sites e portais da internet.

Por quê? Porque é preciso equipe e domínio das ferramentas do ofício para, p. ex., tentar cumprir aquilo que se vê em TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE: obter informação de uma fonte e só publicar se encontrar pelo menos uma comprovação.

Sei que as boas práticas jornalísticas está cada vez mais sendo esquecidas. A cobertura política, p. ex., está parecendo uma competição de quem consegue obter mais vazamentos da Operação Lava-Jato. Mas, p. ex., aquela reportagem sobre o sítio do Lula foi conduzida à moda antiga, com o repórter entrando numa comunidade e falando com as pessoas.

Já a rede virtual chapa-branca e os extremistas de direita estão extrapolando todos os limites em termos de manipulação e tendenciosidade. Aquilo não é jornalismo, é pura guerra psicológica.

Enfim, para todo lado que se olhe, encontram-se muitas decepções.

João Henrique Silvério disse...

O Sr Appolo fez uma defesa corporativista daqueles que possuem um canudo de papel.

Ele é de São Paulo onde em cada esquina tem uma "universidade" muitas com o curso de jornalismo. Imagina que é assim por todo nosso país.

Quer dizer então que nos fundões do Brasil se alguém quiser abrir um jornalzinho tem que ter um diploma? Se for um jornal combativo aos poderes locais aplicam-lhe
a lei.

O Sr Apollo por ser um graduado e escrever brilhantes artigos [principalmente aquele em que defende o nome de uma rua para o cidadão Edson Arantes do Nascimento, Pelé, em Bauru] deveria ter a ética, a humildade, de citar a fonte da primeira frase quando responde ao Jorge Nogueira Rebolla.

Ou o Sr. Apollo sabia a frase somente de orelha? Se desconhece que é de Voltaire não sei para que serviu a faculdade.

Vitorio Malatesta disse...

Até na década de 60 do século passado a Ordem dos Advogados do Brasil permitia a atividade profissional de antigos solicitadores.

Solicitador era o cidadão que sem passar pelos bancos de uma faculdade de direito era conhecedor das leis e com cultura para redigir uma petição, agravos, recursos.

A OAB permitia a prática forense a essas pessoas devido a absoluta carência de advogados em vastas regiões do Brasil.

Quem foi solicitador no passado e é pouco conhecido e divulgado foi Antonio Vicente Mendes Maciel, o Antonio Conselheiro. Isto antes de reunir seus seguidores e ficar peregrinando trinta anos pelos sertões da Bahia [um aprendizado para a luta?] e depois fundar a cidade de Belo Monte em Canudos,às margens do rio Vaza Barris.

Aproveitando o momento,embora Euclides da Cunha, nos tenha deixado a magnífica obra
"Os Sertões",ele denigre a imagem de Antonio Conselheiro. Trata-o como fanático.

Antonio Conselheiro em suas predicas cita Tomus Morus. Tinha lido a Utopia e outras obras entre elas a de Santo Agostinho. E revelou-se um gênio militar, inflingindo as mais sérias derrotas militares da história ao exército brasileiro.

Hoje o Brasil [segundo a OAB] tem mais faculdades de direito que o mundo todo somado. Em 2010: Nos EUA: 320--Brasil: 1.200.--Atualmente aumentou mais uma centena.

A colocação do sr. Appolo é sincera mas concordo, em parte, com o que disse João Henrique logo acima.

Quando quero saber o que acontece no bairro onde resido aqui na capital vou ler os semanários locais.

Em pequenas cidades do interior os pequenos jornais resistem e suas denuncias repercutem mais que a mídia eletrônica. Agora nas eleições municipais revitalizam-se.

Se um esquerdista, um idealista, numa pequena cidade, quiser fazer rodar um semanário combativo mesmo com prejuízo certo em futuro próximo tem que ter o diploma, inscrito no órgão a categoria, pagar mensalidades, anuidades, etc.?

Nessa toada, mais alguns anos, num governo reacionário para se abrir um blog vai ter diploma.

Entenda o problema no geral Sr. Appolo.

Apollo disse...

Não concordo com a ojeriza ao diploma de jornalista expresso em comentários sobre minha matéria JORNALISMO, PROFISSÃO PROIBIDA. Não concordo com a ojeriza ao diploma de jornalista expresso pela maioria dos brasileiros, inclusive dos "formados" em outras profissões. Principalmente das empresas de comunicação contrárias ao diploma apenas para não pagar encargos sociais. O Brasil é um país inculto desde o nascimento e agora em queda vertiginosa para o abismo precisa de profissionais da imprensa bem formados. Os próprios jornalistas famosos criticados nos comentários expõem a imperiosidade de diploma de jornalista, sim. Depois de meio século atuando na imprensa escrita,só fui me sentir jornalista depois de fazer faculdade, excelente faculdade a São Judas, em São Paulo. Em qualquer rincão deste brasilzão, qualquer um que quiser montar um pequeno jornal vai ser melhor jornalista se formado. Sou jornalista, sim. Não podem dizer o mesmo os que não frequentam a escola. Não tenham estas minhas palavras como arrogantes. Nada sou neste mundo mau, mas vão ter que me engolir. Sou um jornalista. Quero a amizade e uma melhor compreensão de todos vocês.
apollo natali Mtb 9559.

Emilio Antunes disse...

Embora as faculdades de jornalismo tenham proliferado não concordo que para atuar na imprensa tenha que ter o curso de graduando.

O autor do artigo, Apollo, foge da questão quando dois leitores questionam como ficam aqueles que nos fundões do Brasil querem abrir um jornalzinho e não fizeram a faculdade de jornalismo.

Conheço pequenas comarcas que tem centenas de advogados mas raros são aqueles que dispõem-se a patrocinar uma nobre causa pública, não abrangida pela assistência judiciária. O MP é lento e sempre está atolado em pequenas causa.

Veneram a figura Sobral Pinto e outros grandes juristas que morreram pobres, mas primeiro a farinha do meu pirão.

Vejamos o caso da faculdade onde articulista se formou; A Faculdade São Judas. Como muitas tem a ousadia de intitular-se UNIVERSIDADE.

Essas "universidades" como a São Judas escolhem a dedo quem vai ser o presidente do Grêmio Acadêmico.

Procuram jovens não rebeldes que não lhe causem problemas, pois os aumentos das mensalidades são muitas vezes abusivos. Previnem-se sobre eventuais movimentações dos estudantes.

Há alguns anos quando o articulista não estava no banco da faculdade a São Judas contratou uns brutamontes da firma Fonseca Segurança para atemorizar os estudantes que faziam manifestações contra o aumento das mensalidades ou outra arbitrariedade.

Quer dizer: não tem excelência nenhuma em formar homens públicos que é a função precípua de uma instituição universitária.

A "universidade" São Judas está instalada em frente a Subprefeitura da Mooca. Usa um terreno do Município em comodato. Comodato de dezenas de anos [99 ]quando da fundação ou instalação no local. O comodato é um empréstimo gratuito.

Recentemente o grupo ANIMA comprou a São Judas por R$ 320 milhões. Na negociação foi o comodato também. O dono, ou donos da São Judas encheram as burras de dinheiro com essa venda onde entrou um patrimônio público.

Negociou-se dissimuladamente com um bem público e nada foi noticiado.

Eis aí Appolo um caso que daria uma boa matéria de jornalismo investigativo.

Como a maioria dos advogados em pequenas comarcas o Appolo dificilmente achará um jornalista formado que leve isso adiante.

Portanto, diploma pouca serventia tem para a luta política, por mais que os arautos do corporativismo o defenda.

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