sábado, 24 de outubro de 2015

LULISTAS DISPARAM CHUMBO GROSSO CONTRA A POLÍTICA ECONÔMICA DE DILMA. EU OS APOIO.

Como não me alinho automaticamente com personagem nenhum da política oficial, já fiz sérias restrições ao Lula. Fui, p. ex., um dos poucos a protestar na imprensa contra a expulsão de Paulo de Tarso Venceslau por haver denunciado o primeiro esquema profissional de desvio de recursos públicos para os cofres do partido. 

Mas, é inescapável a constatação de que o ex-sindicalista e seu grupo hoje estão certíssimos em abrirem fogo contra a política econômica de Dilma e o ministro neoliberal que já não merece sequer ser chamado apenas de estranho no ninho; está mais para excrescência no ninho.

O governo Dilma tem os dias contados, será levado de roldão pelo tsunami econômico, mas o PT não precisa morrer abraçado com ele. Já passou da hora de dar uma guinada de 180º à esquerda, preservando-se para lutas futuras, enquanto o Titanic dilmista continuará, pela direita, a navegar inexoravelmente em direção ao iceberg. 

É a atitude que se impõe após Dilma, no recente bate-boca com Rui Falcão, ter repetido pela enésima vez que não recuará de sua conversão ao neoliberalismo; hoje, o padrinho que faz sua cabeça é o Luís Carlos Trabuco, do Bradesco, e não mais aquele cujo beijo a transformou de rã em rainha. Então, como disse o Cristo, "deixai os mortos sepultarem seus mortos". 

De resto, que ninguém ouse criticar o meu posicionamento atual! Também neste caso saí na frente e foram os companheiros que convergiram para onde eu já estava.

Há mais de um ano comecei a alertar que, dos três candidatos com chances de vitória na eleição presidencial, nenhum deles ousaria confrontar o poder econômico, ainda mais quando o grande capital dava murros na mesa exigindo um arrocho fiscal. Adverti a esquerda que o PT se destruiria se aceitasse cumprir papel tão repulsivo e incompatível com seus valores e sua história.

Infelizmente, hoje  são raros, em nossas fileiras, os que ousam pensar com a própria cabeça. Seguiram os líderes então, quando a ordem era ignorar alertas como o meu, e continuam seguindo agora, quando quem não se tornou chapa branca até a medula pede, finalmente, a exoneração de Joaquim Levy.

Antes tarde do que nunca. Então, como nunca fui adepto do quanto pior, melhor, estarei sempre dando a maior força aos lulistas que, como André Singer, Ricardo Kotscho, Guilherme Boulos, Marcio Pochmann e o próprio Rui Falcão, tentam salvar algo do desastre que se avizinha. 

Pois precisaremos muito desses salvados do incêndio para reconstruir a esquerda a partir do day after.

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