sexta-feira, 25 de setembro de 2015

FHC PROPÕE RENÚNCIA NEGOCIADA DE DILMA. FUNCIONARIA?

"Aprovado esse pacto, em um ano ela renunciaria"
Numa situação tão calamitosa como a que nosso país vive, todas as escapatórias possíveis devem, ao menos, ser consideradas. O que não podemos é continuar no rumo atual, pois conduz diretamente a uma depressão econômica e a sofrimentos inimagináveis para o povo brasileiro

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso propõe a renúncia negociada de Dilma Rousseff:
"Ela teria uma saída histórica. Apresentar-se como coordenadora de um verdadeiro pacto. Em que não estivesse pensando em vantagens para seu grupo político, só no futuro do país, e propondo que o conjunto das forças políticas se unisse para fazer algumas coisas. Modificar o sistema eleitoral. Conter a expansão do gasto público. Reformar a Previdência. E ofereceria o seguinte: aprovado esse pacto, em um ano ela renunciaria...
"O tempo dela está se esgotando"
O tempo dela está se esgotando. Ela tem que olhar para a história. Não convém ficar marcada como a presidente que não conseguiu governar. Ou que vendeu a alma ao diabo para governar.
Agora ofereceu cinco ministérios ao  PMDB. Vai governar como? Não vai. Vai ser governada. (...) Vai fazer pacto com o demônio o tempo todo. Vai ter que ceder cada vez mais. E o governo ficará mais contraditório".
O velho sociólogo é convincente, mas temo que esta hipótese já tenha sido superada pela evolução da crise. Serviria, talvez, no semestre passado.

"Vai fazer pacto com o demônio o tempo todo"
Agora todos os cenários pioraram demais e a esperança não será devolvido ao povo por qualquer entendimento a que os grandes empresários e os políticos cheguem sob Dilma. Justa ou injustamente, ela se tornou o símbolo de tudo que deu errado. Pulverizará a credibilidade de qualquer arranjo político.

Então, o pacto pode até dar certo, mas desde que estabeleça a saída imediata de Dilma. O Brasil explodiria antes de completar mais um ano com ela.

5 comentários:

Valmir disse...

https://www.youtube.com/watch?v=ZUEeBhhuUos&list=RDZUEeBhhuUos

ô Celsão..deixa o Zeca explicar a situação???!!!!!

celsolungaretti disse...

Valmir, Valmir,

o intervalo musical não está bem no espírito da coisa. Enfim...

Max Amaral disse...

Sr. Lungaretti,

Lamento profundamente que o ódio ao PT e, aos governos petistas por extensão, o estejam cegando.

Nao, não quero fazer uma defesa igualmente cega e radical de Dilma, do PT ou dos governos petistas. Nem, tampouco, faço vistas grossas ou qualquer apologia a corrupção, a qual entendo como um fenômeno endêmico e histórico que transcende ao PT e aos governos petistas.

Da mesma forma, nunca comprei os discursos das falsas vestais da ética e da moralidade que, sob o escudo do combate a corrupção, perpetra um odioso golpe.

O que está em jogo não é simplesmente o Governo Dilma que reconheço prenho de equívocos e de erros. O Governo Dilma está de fato paralisado, sob um fogo cruel e devastador da corja politica que, infelizmente, está ditando os destinos do país, se aproveitando das fragilidades e dos desacertos de quem deveria estar firme no leme do país.

O que está efetivamente em jogo e merece toda a atenção e toda a reação da esquerda brasileira, dos movimentos sociais e populares, é a escalada do fascismo em nosso país, é a ameaça cada vez mais crescente da instalação de um governo fascista, de supressão das liberdades civis, de falência do estado democrático de direito.

O que está em jogo é a defesa da democracia, do direito.

Tudo isso pode ser facilmente depreendido da cartilha dos economistas apoiadores do golpe, onde reformas odiosas como a da previdência mais uma vez defendida por FHC e, ao que parece, apoiada e aplaudida pelo senhor, viria só para punir mais e mais trabalhadores e servidores públicos assalariados e indefesos.

Algumas amostras do país que se está construindo no ódio e na intolerância são os fatos odiosos que desvelam um verdadeiro apartheid social que vem sangrando pobres, nordestinos, negros, mestiços, homossexuais, índios, sem terra e sem teto, despossuídos de toda ordem , trabalhadores urbanos e rurais, imigrantes de etnias não brancas que estão sendo diuturnamente agredidos, molestados e até assassinados.

As manifestações cada vez mais despudoradas e frequentes de xenofobia, homofobia, racismo, intolerância racial e religiosa, de ódio ao diferente e ao pobre e de preconceito de toda ordem, que marcam as ações e manifestações anti-governo dão bem a dimensão exata do que vem por aí.

E o que dizer de quem disputa os despojos do governo e não consegue esconder mais a sede do e pelo poder?

Espera-se da esquerda responsável uma contribuição serena, substanciosa e efetiva na construção de uma nova agenda.

É nesse sentido que o debate deve prosperar.

celsolungaretti disse...

Sr. Max,

a cartilha dos economistas que servem à Dilma, começando pelo Joaquim Levy, é exatamente a mesma: a da burguesia.

Conheci um golpe de verdade e, aos 17 anos de idade, assumi os riscos de enfrentar a ditadura dele resultante. Quase morri e estou lesionado até hoje.

Então, conheço muito bem a diferença entre um golpe fascista e a destituição de um governo medíocre por via constitucional. O que pode acontecer agora é apenas uma repetição do "Fora Collor!".

O PT vem há muito tempo ganhando eleições com retórica de esquerda e governando com políticas de direita. Agora, chega ao cúmulo de promover até arrocho fiscal. Nossa paciência se esgotou! Já nos ferrou demais com a cantilena do "mal menor".

Eu sigo o critério marxista: julgo governos por sua política econômica, em primeiro lugar. Enquanto a do PT for neoliberal, que vá pedir a ajuda dos banqueiros! A minha não terá.

Abs.

Celso


Eduardo Rodrigues Vianna disse...

O governo Dilma, o pai-de-todos Lula e todo o ramo governista tiveram uma oportunidade extraordinariamente boa de se acertarem com a sociedade civil de um modo majoritário, progressista pra valer, em 2013, quando foram chamados por amplos setores da juventude a trabalhar sinceramente e sem truques por uma reforma política de verdade. De modo muitíssimo revelador, o único político parlamentar brasileiro a discutiu isso realmente a sério foi o Cristovam Buarque, isolando-se ainda mais dentro do seu partido, o morto e enterrado PDT.

Ali eles poderiam ter se posicionado sobre Democracia; foi, ao que parece, a sua última chance. Os clamores atuais contra o "golpe", e não há realmente nenhum golpe de estado à vista, são tão autênticos quanto todo aquele imundo conteúdo da campanha para as eleições presidenciais de 2014.

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