terça-feira, 21 de julho de 2015

A VÍTIMA: JULES BIANCHI. O ALGOZ: A COBIÇA CAPITALISTA.

Nunca fui muito ligado no automobilismo, só o acompanhando com certo interesse quando algo mais me atrai --caso, p. ex., da afirmação de um negro entre os maiores pilotos de todos os tempos, apesar de sua equipe parecer estar sabotando-o). 

Então, não assisti ao acidente que colocou Jules Bianchi em estado vegetativo e agora, nove meses depois, acaba de provocar-lhe a morte.

No entanto,  o mestre Claudio Carsughi disse tudo que havia para se dizer sobre o ocorrido, num texto corajoso (vale lembrar que os reacionários da rádio Jovem Pan o demitiram adiante), antológico, que então reproduzi cá no blogue. 

E o faço de novo, pois tem tudo a ver:
O acidente de Suzuka, no último mês de outubro...
"O GP do Japão deu, uma vez mais, e desta feita de forma cruel com o terrível acidente do jovem Bianchi, a exata medida da cobiça pelo dinheiro, que rola às centenas de milhões de dólares na F1, e o absoluto desprezo por todo o resto por parte de seus inescrupulosos dirigentes.
Ficou claro, desde o começo da manhã, que em Suzuka ocorreriam fortes chuvas, situação que, com dirigentes mais atentos à salvaguarda dos pilotos, proporia duas soluções.
Uma, a de, em caso de chuvas torrenciais, anular o GP e eventualmente faze-lo realizar na 2ª feira, se as condições meteorológicas o permitissem. 
...e o de 1994 em Ímola, um pesadelo para nós até hoje.
Outra, antecipar de algumas horas a largada, aproveitando o fato das condições da pista ainda permitirem, pela manhã, uma disputa normal, sem muitos perigos. 
Em ambos os casos, do ponto de vista de pilotos e equipes, teríamos apenas prejuízos menores, de organização interna e reformulação de voos. Mas não se colocariam em perigo vidas humanas. 
O único prejuízo – e bem grande, certamente – seria financeiro, com as emissoras de televisão obrigadas à reformular suas programações à última hora pois não teriam uma atração pela qual pagam, e pagam muito. E a FIA provavelmente se veria obrigada a indeniza-las de alguma forma pelo prejuízo. Mas sempre muito menos do que vale a segurança de todos os envolvidos num GP"

Um comentário:

Paulo Castelani disse...

Juan Manoel Fangio, argentino, venceu o campeonato mundial cinco [5] vezes. A maioria dos acidentes com os carros da época eram trágicos.

O maior perícia de Fangio era que, após a corrida, abrindo o motor do seu carro verificava-se que estava praticamente intacto. O que não não acontecia com os demais corredores que moíam os motores.

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