quarta-feira, 29 de abril de 2015

RODRIGO GULARTE, 42 ANOS, ASSASSINADO POR UM GOVERNO BESTIAL, UM GOVERNO DE MERDA!

Há quem considere que o estupro dos direitos humanos por parte de nações atrasadíssimas deva ser relevado, "cada povo com suas leis e seus costumes".

Eu não. Jamais! Para mim, qualquer governo que tira a vida de um ser humano por dá lá aquela palha é um GOVERNO BESTIAL, UM GOVERNO DE MERDA.

A pena capital para quem matou é uma regressão à barbárie.

A pena capital para quem não matou é simplesmente inqualificável. Assassinato com tintura de legalidade.

A INDONÉSIA TEM UM GOVERNO BESTIAL, UM GOVERNO DE MERDA. Ponto final.

7 comentários:

Eduardo Rodrigues Vianna disse...

O tristíssimo fim de uma pessoa, destruída pelas suas próprias más tendências e pela hipocrisia da vida burguesa, segundo se lê na Imprensa, expulsa da vida pela falta de misericórdia. Diante dessas histórias eu penso no carrasco. Quem era o carrasco? Como conduz a própria vida? Que sonhos tem? O que pensa da pena de morte?

Eduardo Rodrigues Vianna disse...

A conversa sobre política precisa ser sempre uma conversa sobre os sentimentos humanos, sem frescura e sem medo de encontrar o que existe por baixo das nossas peles. Se pensarmos por um minuto sobre a pena de morte, veremos que, além de injusta, é totalmente absurda: corresponde apenas ao sentimento da vingança.

Sou admirador de um grande escritor oriental, um muçulmano sufista chamado Idries Shah, que tinha esta ideia maravilhosa sobre os conteúdos educacionais. Ele postulava que a Psicologia do séc. XX deveria ser a grande ciência ensinada nas escolas, desde a mais tenra idade dos estudantes e em larguíssima escala -- a partir daí os povos teriam condições de pensar a sério sobre o desafio/mistério da vida e seus significados, e aprender as ciências naturais, as línguas, a literatura, a tecnologia, sempre com o propósito de compreender e enaltecer o espírito humano, contraditório e frágil como ele só, contra toda a mediocridade e contra toda a idiotice, em nome de um equilíbrio duradouro entre o indivíduo e a coletividade.

E hoje, como o ser humano tem vivido? Para saber a resposta, temos de nos confrontar com os sentimentos em voga, além de pensar sobre a economia, a política e os costumes. Está claro que a condenação de alguém à morte é principalmente a tentativa de aplacar um sentimento coletivo, tão duro e tão cego a ponto de banir o condenado para sempre: procura-se aplacar aquilo que é implacável. Não há justiça nisto, e é algo que nós, partidários da Revolução, deveremos ter em conta daqui a muitos e muitos anos, quando chegar o momento de triunfarmos.

william orth disse...

Caro Celso,Se sou de "Direita" e você de "esquerda", existe capitalista pior do que um sujeito( como o carioca fuzilado a meses) que ganha a vida fazendo a desgraça de outros,surfando com mulheres,casa na Califórnia enquanto eu você e 200.000 brasileiros estamos nos escritórios, obras, fábricas,favelas suando para o sustento ? Este é o pior capitalista. Então diga oque fazer por favor. Abraço.

celsolungaretti disse...

Matar, jamais, Orth! Pois governos são sempre inconfiáveis e, se os deixarmos banalizarem a pena de morte, ela acabará sendo imposta a torto e a direito, em verdadeiras orgias de matanças legalizadas.

Um dos limites da civilização em relação à barbárie tem de continuar sendo o de que a pena extrema só se aplica (quanto muito) ao crime extremo.

Eduardo Rodrigues Vianna disse...

Vou me meter no que o Will Orth disse.
Se um homem ganha fortunas graças a uma vida de crimes, não deve ser morto pelo Estado, mas preso, e os seus bens, auferidos por meio ilícito, confiscados. Queremos puni-lo? Sim, mas devemos fazê-lo com justiça. E não haveria justiça mais dura a um criminoso do que a prisão, se o sujeito for mesmo perigoso, com trabalho: um verdadeiro bandido seria útil à sociedade plantando alimentos, ou construindo coisas, enfim, trabalhando como todo mundo.

E é claro que estou me referindo a uma sociedade melhor, mais desenvolvida em relação à que temos hoje. Os presídios e execuções penais que temos atualmente são um absurdo. E se quisermos acabar com o crime do narcotráfico, teremos de enfrentar o problema como adultos, e descriminalizar as drogas.

Eduardo Rodrigues Vianna disse...

Quanto a este assunto, tenho uma pequena discordância aqui com o Celso. Em minha opinião, a pena de morte nunca deveria ser aplicada, por governo nenhum e por polícia nenhuma, sob nenhuma hipótese. No Brasil a pena de morte é amplamente aplicada, extrajudicialmente: os que são a seu favor estão clamando apenas pela legalização de uma prática comum, tão normalizada e aceita como a tortura, desde que os torturados sejam exclusivamente os presos pobres e os moradores de periferias -- e com muita frequência ocorre a tortura em favelas, pelas mãos de policiais. Em suma, ser contra a pena de morte é ser contra um aspecto central da sociedade brasileira na atualidade.

Eduardo Rodrigues Vianna disse...

Mais uma coisa, pessoal, penso que os que leem o blog poderão se interessar por esta reportagem sobre o presídio de Xuri, no Espírito Santo. Trata-se de um projeto educacional de extrema relevância, dentro da cadeia: entre outras coisas, os presos de lá estão recebendo um bom curso de Língua Portuguesa, e outro, um curso técnico para o ramo petroquímico, nada menos que isto! Não precisamos de mais matadouros, e sim de mais escolas.

Este assunto é realmente interessante, porque revela bem a complexidade da vida real. A escola e a biblioteca do presídio de Xuri vivem cheias, com a frequência de 70% dos presos. Por outro lado, em 2014, um grupo de condenados iniciou uma rebelião, e quatro professores foram feitos reféns.

Então a Secretaria de Segurança acionou a PM, que não precisou entrar na cadeia, porque a rebelião foi negociada e controlada sem violência pelos agentes carcerários. O motivo da rebelião seria o número de detentos, bem superior ao que a prisão poderia suportar, embora as rebeliões no Brasil inteiro estejam com frequência associadas a facções como o PCC, o CDL, entre outras.

O que este caso demonstra? Que bandidagem é bandidagem e que o detento pode ser perigoso, EMBORA o funcionamento de uma escola de verdade, para formar trabalhadores dentro do presídio, contribua para que se crie um ambiente muito mais favorável, ao ponto de uma rebelião começar e terminar sem derramamento de sangue e sem a participação dos milicos. E a adesão de 70% dos presos à escola É PROVA de que a expressiva maioria quer uma vida melhor, como operários altamente qualificados caso se mantenham firmes nos estudos.

Aqui está o endereço para a reportagem sobre os trabalhos educacionais em Xuri:

http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2012/03/detentos-tem-chance-de-fazer-cursos-tecnicos-em-presidio-do-es.html

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