Como jornalista veterano, sinto-me muito frustrado por não contar atualmente com fontes que me passem informações de cocheira. Este é um privilégio de quem está na ativa e em veículos importantes, podendo, portanto, oferecer a contrapartida --ou seja, prestar favores jornalísticos a tais fontes. Toma lá, dá cá.
Então, só me resta disponibilizar para os leitores deste blogue as notícias sobre movimentações nos bastidores que encontro na mídia e me pareçam significativas, de antemão alertando que nem sempre os informantes são isentos, podendo ter induzido os repórteres a erros.
A notícia Ala do PT propõe que Dilma reconheça erros na Petrobras, da sucursal de Brasília da Folha de S. Paulo, apresenta um quadro plausível da disputa que certamente está rolando nos círculos decisórios do partido. Se correto ou não, é impossível nós, que estamos do lado de fora, determinarmos.
Enfim, se non è vero, è ben trovato, diriam os italianões da Mooca e do Brás que eu conheci na minha meninice.
Dando-se crédito ao relato dos repórteres Valdo Cruz e Natuza Nery, agirá bem a presidenta Dilma se preferir fazer o jogo da verdade, deixando de tapar o sol com a peneira.
Hoje mais do que nunca, face ao que muitos esquerdistas se tornaram, a transparência é revolucionária!
Eis o que há de mais interessante na notícia:
A cúpula da campanha da presidente Dilma Rousseff está dividida sobre a melhor estratégia para enfrentar o escândalo da Petrobras...
Um grupo avalia que a tática mais eficaz seria reconhecer que houve erros na gestão da estatal, insistir que os culpados devem pagar por eles e que a Justiça Federal dará a palavra final sobre a responsabilidade de cada um, buscando virar a página do escândalo.
Segundo a Folha apurou, são favoráveis a esta posição o marqueteiro da campanha João Santana, Miguel Rossetto, um dos coordenadores da campanha, Jaques Wagner, atual governador da Bahia, e Fernando Pimentel, governador eleito de Minas Gerais.
Segundo a Folha apurou, são favoráveis a esta posição o marqueteiro da campanha João Santana, Miguel Rossetto, um dos coordenadores da campanha, Jaques Wagner, atual governador da Bahia, e Fernando Pimentel, governador eleito de Minas Gerais.
Outro grupo, integrado por Rui Falcão, presidente do PT, Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil, e Franklin Martins, da coordenação da campanha, acredita que Dilma deveria seguir na linha atual, defendendo a reforma política como escudo contra desvios e questionando as acusações feitas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.
O tema foi debatido nesta semana em reunião da cúpula de campanha petista. Por enquanto, prevalece a tese do segundo grupo...
A presidente Dilma, segundo interlocutores, até gostaria de optar pela estratégia de admitir que houve erros na estatal e tentar se descolar do escândalo da Petrobras. Mas resiste, ainda, por acreditar que compraria briga com o PT na reta final da campanha.
...Segundo auxiliares da petista, o desgaste do governo só aumentará, se o PT e o Palácio do Planalto optarem apenas por uma postura reativa. Como na semana passada, em que negaram as irregularidades e atacaram a divulgação dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras e do doleiro Youssef à Justiça.
Um interlocutor de Dilma disse que será um erro o PT ficar insistindo na tecla de que as declarações do ex-diretor e do doleiro são caluniosas.
Um interlocutor de Dilma disse que será um erro o PT ficar insistindo na tecla de que as declarações do ex-diretor e do doleiro são caluniosas.
Segundo ele, os áudios divulgados e a informação de que Paulo Roberto Costa vai devolver R$ 70 milhões frutos de corrupção dão credibilidade a, no mínimo, parte importante das acusações contra o partido.
...O receio é que, nos próximos dias, surjam mais novidades do escândalo, com citação de envolvimento de assessores do governo e de aliados, o que deixaria a presidente em situação ainda mais difícil.
...O receio é que, nos próximos dias, surjam mais novidades do escândalo, com citação de envolvimento de assessores do governo e de aliados, o que deixaria a presidente em situação ainda mais difícil.
Pesquisas qualitativas mostram que já se cristalizou na opinião pública a visão de que existia, de fato, um esquema de corrupção dentro da Petrobras.
A cúpula petista, porém, não concorda com essa visão. Diz que o partido e o governo não podem ficar acuados diante das denúncias e que precisam se defender.
Um comentário:
todo mundo sabe que é besteira mas é divertido fazer de conta que voto tem alguma importância é ou não é?
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