Há enorme quantidade de filmes de guerra estadunidenses, mas poucas são as obras-primas. Dos diretores nativos, Cruz de ferro (d. Sam Peckinpah, 1977), Apocalypse now (d. Francis Ford Coppola, 1979), Inferno nº 17 (d. Billy Wilder, 1953) e Glória feita de sangue (d. Stanley Kubrick, 1957). De mestres britânicos que foram ministrar suas lições na ex-colônia, A ponte do rio Kwai (d. David Lean, 1957), Lawrence da Arábia (d. David Lean, 1962) e Uma ponte longe demais (d. Richard Attenborough, 1977).
Já um país como a Holanda, com sua produção tão exígua, conseguiu realizar o filmaço Soldado de Laranja! Isto é digno de todos os elogios. Daí a minha satisfação em disponibilizá-lo, como mais um filme para ver no blogue, em versão integral e legendada.
Trata-se de outra das pérolas da parceria entre o diretor Paul Verhoeven e o ator Rutger Hauer. Louca paixão (Turkish delight, 1973) já havia sido um arraso. Soldado de laranja (1977) o superou. Pena que tais sucessos atraíram ofertas indesejáveis; foram ambos ganhar dinheiro e desperdiçar talento em Hollywood, nada mais realizando de verdadeiramente brilhante.
A história é de seis colegas de faculdade que engajam-se na resistência holandesa contra a ocupação nazista, com resultados desiguais (heróis, mártires, traidor, etc.). A história é verídica e fortíssima.
Por último, uma curiosidade. Certa vez fui incumbido pela revista Celulose & Papel de contar a história de um herói holandês que, ainda jovem, comandara centenas de resistentes na sabotagem às instalações que participavam do projeto de produção de uma bomba atômica alemã. Depois da guerra, casou-se com uma princesa do seu país... e veio ser um bem sucedido executivo da nossa indústria papeleira. Infelizmente, não me lembro do nome dele nem consegui obter a informação no Google. Se alguém souber, dê um alô.
Para ativar as legendas, clique em ícone no canto direito inferior
6 comentários:
Uai...o outro filme do Verhoeven com ambientação e temtica analogas, A Espiã tb é excelente: demolidor de maniqueismos infantis quando no final, iguala o "povo bom e patriota" aos colaboracionistas mais escrotos.
Coisa que seria otimo para esquerda nativa tentar entender...
Sim, o tema é semelhante e isto criou em mim uma grande expectativa. Mas, acabei não gostando tanto de A ESPIÃ.
Há filmes demais sobre a perseguição aos judeus. Foram mortos 5,9 milhões e sempre me pareceu que Hollywood acabará fazendo 5,9 milhões de filmes sobre eles.
Eslavos foram exterminados 12,5 milhões, e quase nada é visto nas telas.
Prisioneiros de guerra soviéticos, entre 2 e 3 milhões. Filmes sobre isso contam-se nos dedos.
O morticínio de ciganos pode ter chegado a 1,5 milhão de vítimas. Quem os chora?
Então, cada vez que um filme aborda o holocausto, já começo a assistir meio ressabiado. Talvez por isto tenha me decepcionado com A ESPIÃ.
De todos, o único que admiro incondicionalmente é O HOMEM DO PREGO, de Sidney Lumet.
esqueci que vc nao gosta que fala nesse negocio de judeu e tal...
então mudando de assunto: que achou do livro do Leonardo Padura?
Não vi nenhuma mençao sua...
Filmes e livros sobre perseguição de judeus ja se sabe pq são tantos né? é politica deliberado dos grandes conglomerados de comunicação (livros, TV, filmes etc) que são controlados por eles e estão decididos a nao deixar ninguem esquecer do shoah...não acha uma boa coisa de certo modo???
Depois tem outro filme uma comedia alemã chamada Hotel Lux, em referencia ao hotel em Moscou onde se abrigavam refugiados comunistas todo mundo ao tempo de Stalin...só de se falar em comedia alemã ja da vontade de rir né??? mas esse é bom mesmo...
Viu que o empregado do Judeu homem do prego é o mexicano do wild bunch (meu hodio será sua herança)?
Valmir,
nunca tinha ouvido falar dese tal HOTEL LUX, vou baixar e assistir.
A overdose de filmes sobre o Holocausto me parece algo pior ainda: uma espécie de habeas corpus para procederem da mesmíssima maneira na Palestina.
Não reparei no detalhe. Assisti a O HOMEM DO PREGO lá por 1965. Marcou-me muito, pois foi o primeiro filme "de arte" que eu vi.
Guardo na lembrança o principal: o sobrevivente dos campos de concentração remoendo lembranças amargas o tempo todo, sem atentar para a admiração que seu jovem funcionário nutre por ele, até que o coitado morre para defendê-lo de ladrões. Tudo a ver. Lembro-me também de que o Rod Steiger tem um desempenho de arrepiar.
Te devolvo a bola: você notou que o menino mexicano que vende o bilhete de loteria premiado pro Humphrey Bogart em O TESOURO DE SIERRA MADRE é o Robert Blake, futuro Baretta?
Quanto ao livro do Pandura, estou pela metade e nada encontrei sobre o Trotsky que já não soubesse pelo MINHA VIDA e pela trilogia do Isaac Deutscher.
Já os trechos referentes ao Ramon Mercader eu pulo. De uma nulidade dessas nada se aproveita.
Um abração!
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