O grande Miguel Arraes... |
Que ninguém se iluda: o programa do PSB de 1947 nada tem de radical ou carbonário.
Pelo contrário, é dos mais insossos e vacilantes, como facilmente se constata nestes parágrafos (os grifos são meus e a íntegra pode ser acessada aqui):
As peculiaridades nacionais serão pelo partido consideradas, de modo que a aplicação de seus princípios não constitua solução de continuidade na história política do País, nem violência aos caracteres culturais do povo brasileiro.
...e seu netinho. |
O partido tem como patrimônio inalienável da humanidade as conquistas democratico-liberais, mas as considera insuficientes como forma política, para se chegar à eliminação de um regime econômico de exploração do homem pelo homem.
O objetivo do Partido, no terreno econômico, é a transformação da estrutura da sociedade, incluída a gradual e progressiva socialização dos meios de produção, que procurará realizar na medida em que as condições do País a exigirem.
O Partido admite a possibilidade de realizar algumas de suas reivindicações em regime capitalista, mas afirma sua convicção de que a solução definitiva dos problemas sociais e econômicos, mormente os de suma importância, como a democratização da cultura e a saúde pública, só será possível mediante a execução integral do seu programa.
Que podemos esperar de um candidato oriundo do campo da esquerda, mas que está disposto a abrir mão até mesmo deste simulacro de retórica socialista, com tantas ressalvas e negaceios?
Absolutamente nada.
Absolutamente nada.
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