A reeleição de Dilma Rousseff era tida como certa, até que que os holofotes se voltaram para o péssimo negócio a que deu aval como chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, em 2006: a compra por US$ 360 milhões da metade de uma refinaria estadunidense que, em recente troca de donos, havia sido negociada inteira por US$ 42,5 milhões.
Para piorar, Dilma tomou sua decisão lendo apenas um resumo da transação; assim, não ficou sabendo da possibilidade de a Petrobrás ser obrigada a adquirir a outra metade da refinaria por US$ 820,5 milhões, o que acabou ocorrendo.
Não tenho nenhuma dúvida sobre sua idoneidade pessoal; iludiram-na, simplesmente, concretizando uma maracutaia assombrosa bem debaixo do seu nariz. A imagem de competência administrtiva de Dilma não sai apenas arranhada, sai arrasada.
O negócio foi tão ruim e as consequências eleitorais se prenunciam tão péssimas que o volta Lula! ganha novo alento. O que talvez seja lucro.
Não morro de amores por nenhum deles. Mas, entre dois governantes reformistas, igualmente determinados a conviverem com o capitalismo ao invés de o confrontarem, prefiro quem, pelo menos, saiba o que está fazendo.
De resto, quando havia partidos ideológicos, dificilmente um único acontecimento causava tamanho estrago nas candidaturas.
Agora que os candidatos viraram produtos e são promovidos como produtos, tudo pode mudar da noite para o dia. Basta o consumidor ter bons motivos para desconfiar que, induzido por propaganda enganosa, estava comprando gato por lebre.
3 comentários:
Este valor de US$ 42mi não existe, é fictício. Só de inventário de óleo havia muito mais que isto.
É barriga!!!!!!!!!
Bem, veremos a evolução do caso.
Não disponho atualmente das fontes e recursos para aprofundar eu mesmo algo assim, então só posso verificar as versões de ambas as partes e decidir qual é a mais verossímil.
Mas, salta aos olhos que a obrigação de adquirir a outra metade da refinaria era indesejável, que a Dilma foi surpreendida por tal cláusula e que o negócio foi altamente lesivo à Petrobrás.
A conta pode mudar um pouco, mas os efeitos políticos continuarão sendo muito ruins para a Dilma.
Aliás, eu sempre tive a impressão de que os adversários aguardavam apenas que a candidatura do PT fosse sacramentada para começarem a desconstrui-la, com sucesso. Talvez este caso tenha precipitado os acontecimentos e, paradoxalmente, os colocado num rumo melhor para o PT.
Lula ganhará, com certeza. Com Dilma, vejo grande possibilidade de derrota.
Fica difícil até de considerar o governo do PT como reformista afinal,sequer as reformas burguesas como combate aos monopólios,reforma agrária que não interfira no agronegócio,democratização da mídia,o debate sobre a legalização das drogas e do aborto,tudo isso foi deixado de lado.
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