Foi emocionante a abnegação do Atlético Mineiro, simbolizada pelo esforço sobre-humano do garoto Bernard para continuar em campo, mesmo estropiado.
Foi gratificante ver os torcedores do Galo premiados por sua fé e sua participação decisiva, como o 12º jogador que pesou mais, no frigir dos ovos, do que o craque do time (o irreconhecível Ronaldinho Gaúcho).
É uma pena que a noite de Cinderela atleticana deva acabar por aqui, a menos que aconteça o pra lá de improvável: a substituição do Cuca por um técnico de ponta.
Os dois últimos campeões das Américas contavam com elencos equivalentes: o do Corinthians, mais homogêneo; o do Galo, com grandes destaques individuais.
Eram os melhores, em ambas as edições, simplesmente porque hoje o futebol brasileiro é mais próspero que o dos hermanos e contrata jogadores de qualidade superior.
O Timão, com um técnico superlativo, foi campeão invicto e impôs sua superioridade aos quatro adversários da fase de mata-matas.
O Atlético deitou e rolou antes das quartas de final, mas depois encruou, nivelando-se com equipes inferiores e dependendo da sorte e de acasos para levantar a taça.
Não conseguiu fazer um mísero gol a mais do que o Tijuana (dois empates), o Newell's Old Boys (derrota e vitória pelo mesmo placar, 2x0) e o Olimpia (idem, idem).
Sorte não lhe faltou. Já competência... |
Salvou-se graças a gols marcados no apagar das luzes, ao pênalti desperdiçado pelos mexicanos também no apagar das luzes... e ao fato de que as luzes, desta vez não metaforicamente, sofreram um providencial apagão quando a equipe estava perdida em campo, na semifinal.
Ademais, por duas vezes seguidas tirou o bilhete premiado na loteria dos pênaltis.
O que poderia ser uma conquista tão fácil e categórica quanto a do Corinthians em 2012, tornou-se um drama de explodir corações. Por culpa de quem?
Do mediano Cuca, claro. Ele não soube armar um esquema para obter vitórias ou, pelo menos, empates fora de casa, contra os adversários mais qualificados. Nem para, organizadamente, fazer os placares em casa, ficando na dependência do tudo ou nada nos instantes derradeiros.
É inimaginável o time do Cuca vencer o time do Guardiola no Mundial.
A vitória do Corinthians sobre o Chelsea foi uma moeda que caiu em pé, apesar do nó tático que Tite deu no Rafael Benitez. A superioridade individual da legião estrangeira agrupada sob a bandeira inglesa teria sido, mesmo assim, suficiente para a obtenção da vitória, caso o goleiro Cássio não estivesse em dia de santo milagreiro.
Já o Bayern é muito melhor do que o Chelsea. E Guardiola, incomensuravelmente melhor do que o Cuca. Então, a fatura está desde já liquidada... se o Galo não tiver o bom senso de buscar um comandante capaz de tornar menos desigual a batalha.
Alguém como Muricy Ramalho, ora desempregado e ansioso para mostrar que aprendeu as lições do chocolate de 2011: os 4x0 que o seu Santos tomou do Barcelona de Guardiola.
Com um técnico do seu calibre, alguma esperança haverá. Com um Cuca qualquer, nenhuma.
2 comentários:
Que comentário mais mal-humorado. Tite 'superlativo' e Galo precisando de técnico de ponta? Vc. está brincando de comentarista esportivo, obviamente. Então, tá.
Companheiro,
algo que você nunca vai encontrar aqui é condescendência com os vencedores apenas porque venceram. Existe gente demais fazendo obaoba por aí. Estou fora.
O Cuca sempre foi, merecidamente, considerado um técnico de segunda categoria.
Desta vez, tinha time para fazer uma campanha bem melhor na segunda fase. No entanto, ficou devendo nas quatro partidas que disputou fora de casa.
O São Paulo só não lhe aplicou uma sonora goleada porque desperdiçou um rosário de gols, acabando por tomar a virada.
O Tijuana chegou a estar vencendo por 2x0 e o Atlético só achou o gol de empate nos acréscimos.
O Newell's Old Boys e o Olimpia fizeram amplamente por merecer os 2x0 que lhe impuseram.
E, tirando o duelo com o São Paulo (quando bateu em bêbado), mesmo em casa levou sustos incríveis, esteve sempre a um passo do abismo e conquistou a taça aos trancos e barrancos.
Então, repito: com o elenco que tem, o Galo deveria ter sobrepujado seus adversários de forma muito mais tranquila e categórica. Longe de ser pé frio (pelo menos desta vez), Cuca teve é uma sorte desmedida, que está encobrindo sua incompetência.
Quanto ao superlativo Tite, ele superou REALMENTE seus quatro antagonistas da segunda fase (não na loteria dos pênaltis ou nos critérios de desempate) e foi campeão invicto, enquanto o Atlético perdeu três partidas. Como os elencos se equivaliam, fica mais do que evidenciado que a diferença estava no banco.
Finalmente: é por torcer para uma vitória do Galo sobre o Bayern que lancei minha advertência.
Sem nenhum medo de errar, antecipo que, com o Cuca, o Atlético sofrerá humilhação igual ou pior que a do Santos em 2011.
Se não consegue nem preparar adequadamente o seu time time para despachar adversários inferiores, o que dele podemos esperar quando do confronto com uma equipe muito superior, comandada pelo melhor técnico do mundo?
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