Foi a vez da Seleção Espanhola cair na real... |
Numa noite em que tudo deu certo para a nossa Seleção, o Brasil ganhou a irrelevante Copa das Confederações e também algo muito mais valioso: resgatou o auto-respeito futebolístico, deixando definitivamente para trás o inferno astral dos últimos anos.
Só não pode superestimar tal conquista, pois o escrete ainda não está pronto para os desafios que enfrentará no Mundial de 2014.
Algumas peças precisam ser substituídas, mas o trabalho de renovação (que, justiça seja feita, deve ser creditado principalmente ao técnico Mano Menezes) já deu bons frutos, com a afirmação de Neymar, Paulinho, Oscar, David Luiz, Luiz Gustavo, Hernanes e Marcelo. Somados aos sobreviventes Daniel Alves e Thiago Silva, compõem uma boa base para a próxima Copa do Mundo.
É uma pena que Lucas não haja tido mais chances nem aproveitado bem as que lhe deram, pois se trata de um jogador muito mais promissor do que o tão esforçado quanto limitado Hulk.
E a boa campanha de Júlio César não deveria enganar ninguém; se fôssemos levar em conta apenas grandes fases, os milagres do corinthiano Cássio na Libertadores e Mundial de Clubes do ano passado deveriam valer-lhe a camisa da Seleção. Um técnico menos intransigente do que Felipão descartaria apostas temerárias em goleiros irregulares, preferindo a consistência de Cavalieri e Jefferson.
Igualmente temerária é a aposta em Fred, o anacrônico artilheiro que passa 90 minutos à espera de uma chance para colocar a bola nas redes. Desta vez deu certo, mas não devemos esperar que as defesas adversárias sejam tão vulneráveis em 2014. Precisamos de atacantes que façam gols e outras coisas mais, participando efetivamente do jogo coletivo.
Igualmente temerária é a aposta em Fred, o anacrônico artilheiro que passa 90 minutos à espera de uma chance para colocar a bola nas redes. Desta vez deu certo, mas não devemos esperar que as defesas adversárias sejam tão vulneráveis em 2014. Precisamos de atacantes que façam gols e outras coisas mais, participando efetivamente do jogo coletivo.
...repetindo o vexame do Barcelona na Liga dos Campeões. |
Para reduzir o excesso de euforia tão comum nos brasileiros, que costumam passar da mais profunda depressão ao mais irrealista já ganhou!, é bom lembrarmos que a decadência da escola espanhola já havia se evidenciado na Liga dos Campeões. Os 3x0 deste domingo foram uma reprise do chocolate ainda maior que o Barcelona levou do Bayern.
Os espanhóis têm um ano para se reciclarem, principalmente:
- montando uma defesa sólida, pois não podem mais confiar na força do ataque para compensar a fragilidade da zaga (foi o que se viu nesta final: o gol de Fred, achado mas facilitado pela habitual inépcia da Espanha face ao jogo aéreo, abriu caminho para a vitória brasileira);
- garimpando atacantes mais competentes para completarem (e aproveitarem) o excelente trabalho dos armadores.
Já a Seleção Espanhola, não dispondo de ninguém remotamente equiparável, foi também reduzida à impotência neste domingo, pois um Iniesta só não faz mais verão.
Quanto ao Brasil, está na bom caminho, mas tem de começar desde já a preocupar-se com o melhor futebol da atualidade: o alemão. Não voltou a ser o nº 1 do mundo por haver suplantado, três anos depois, o vencedor do último Mundial. Longe disto.
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