domingo, 3 de junho de 2012

O BEZERRO DE OURO

O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos invocou até Rui Barbosa para justificar sua decisão de defender o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Sua retórica é elegante:
"Nada me proíbe, nesta altura da vida (...) de assumir a defesa de alguém com quem não me sinto impedido, legal, moral ou psicologicamente, cobrando ou não honorários.
...O fascinante da profissão é o seu desafio. Enfrentar o Estado -tão provido de armas, meios e modos de atingir o acusado- e ser, ao lado deste, a voz de seus direitos legais".
Luiz Flávio Borges D'Urso também não viu nada errado em um presidente da seção paulista da OAB defender a  bispa  Sonia Hernandes (aquela que usa a bíblia como esconderijo para contrabandear grana) e seu marido Estevam, da Igreja Renascer em Cristo.

Mas, ficarão sempre as perguntas:
  • por que os piores réus são sempre os que pagam os maiores honorários?
  • por que advogados ricos se prestam a tal papel, se não ficariam à míngua recusando tarefa tão insalubre?
Um momento luminoso do cinema está no final de uma obra-prima que ainda não recebeu o merecido reconhecimento, Em nome do Papa Rei (d. Luigi Magni, 1977), quando o Monsenhor Colombo (Nino Manfredi) recusa a hóstia ao inquisidor do Santo Ofício, arriscando-se a óbvias represálias para não trair sua consciência.

Afinal, como disse o Cristo, "não vale para o homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma".

Um comentário:

Anônimo disse...

o que sempre ma faz voltar ao Naufrago..é esse doce odor de ingenuidade e candura que se percebe já no nome do Blog...

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