domingo, 29 de abril de 2012

COMO DETERMOS A ESCALADA DA INSANIDADE?

Um texto fundamental, a ponto de valer a pena recomendá-lo com três dias de atraso: Planeta não é sustentável sem controle do consumo e população , diz relatório.

Trata-se de notícia de Richard Black, da BBC News, cuja importância é pra lá de desproporcional ao destaque que recebeu da mídia brasileira. Para variar.

Besteirinhas sobre corrupção, que abarrotam espaços noticiosos sem nunca acarretarem mudanças concretas, são sempre preferíveis para quem quer manter o status quo. Parafraseando Shakespeare, a imprensa brasileira, desde o Collorgate, não parou mais de produzir tempestades de som e fúria, significando nada.

E, em meio à interminável lavagem de roupa suja, em nada tem avançado a luta para despertarmos o Brasil do pesadelo capitalista. O PIG sabe o que faz.

Então, falando do que realmente importa, recomendo a leitura da íntegra deste escrito alarmante (acesse aqui)  e reproduzo os trechos principais, com grifos meus.

Alarmante porque nada indica que as providências sugeridas serão adotadas, salvo in extremis, quando a escalada da insanidade talvez já tenha atingido um ponto de não retorno.

Precisamos lutar com todas as forças para que tal não aconteça: é nosso dever para com os que virão depois de nós.

"O consumo excessivo em países ricos e o rápido crescimento populacional nos países mais pobres precisam ser controlados para que a humanidade possa viver de forma sustentável.

A conclusão é de um estudo de dois anos de um grupo de especialistas coordenados pela Royal Society (associação britânica de cientistas).

Entre as recomendações dos cientistas estão dar a todas as mulheres o acesso a planejamento familiar, deixar de usar o Produto Interno Bruto (PIB) como um indicativo de saúde econômica e reduzir o desperdício de comida.

O relatório da Royal Society será um dos referenciais para as discussões da Rio+20, cúpula que acontecerá na capital fluminense em junho próximo.

'Este é um período de extrema importância para a população e para o planeta, com mudanças profundas na saúde humana e na natureza', disse John Sulston, presidente do grupo responsável pelo relatório.

'Para onde vamos depende da vontade humana - não é algo predestinado, não é um ato de qualquer coisa fora (do controle) da humanidade, está em nossas mãos'.

...O relatório recomenda que nações desenvolvidas apoiem o acesso universal ao planejamento familiar - o que, o estudo calcula, custaria US$ 6 bilhões por ano.

Se o índice de fertilidade nos países menos desenvolvidos não cair para os níveis observados no resto do mundo - alerta o documento - a população do planeta em 2100 pode chegar a 22 bilhões, dos quais 17 bilhões seriam africanos.

O relatório é da opinião de que a humanidade já ultrapassou as fronteiras planetárias 'seguras' em termos de perda de biodiversidade, mudança climática e ciclo do nitrogênio, sob risco de sérios impactos futuros.

Segundo a Royal Society, além do planejamento familiar e da educação universal, a prioridade deve ser também retirar da pobreza extrema 1,3 bilhão de pessoas.

E se isso significa um aumento no consumo de alimentos, água e outros recursos, é isso mesmo o que deve ser feito, dizem os autores do relatório.

Nesse meio tempo, os mais ricos precisam diminuir a quantidade de recursos materiais que consomem, embora isso talvez não afete o padrão de vida.

Eliminar o desperdício de comida, diminuir a queima de combustíveis fósseis e substituir economias de produtos por serviços são algumas das medidas simples que os cientistas recomendam para reduzir os gastos de recursos naturais sem diminuir a prosperidade de seus cidadãos.

'Uma criança no mundo desenvolvido consome entre 30 e 50 vezes mais água do que as do mundo em desenvolvimento', disse Sulston. 'A produção de gás carbônico, um indicador do uso de energia, também pode ser 50 vezes maior'.

'Não podemos conceber um mundo que continue sendo tão desigual, ou que se torne ainda mais desigual'.

Países em desenvolvimento, assim como nações de renda média, começam a sentir o impacto do excesso de consumo observado no Ocidente. Um dos sintomas disso é a obesidade.

Em seu lugar, países precisam adotar um medidor que avalie o 'capital natural', ou seja, os produtos e serviços que a natureza oferece gratuitamente.

'Temos que ir além do PIB. Ou fazemos isso voluntariamente ou pressionados por um planeta finito', diz Jules Pretty, professor de meio ambiente e sociedade na universidade de Essex."

5 comentários:

Anônimo disse...

Mais um dos seu excelentes e importantes artigos.Parabéns! Já o compartilhei no face.
Abraços!
Maria do Rocio macedo
No face: Maria-Estrela Lunar Amarela

Djijo disse...

Como dizer mentira falando a verdade? Pois é. Isso ainda existe. Sumiço das abelhas. Colocando isso no google dá, p.e.: https://www.google.com/search?q=sumi%C3%A7o+das+abelas+transgenico&ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&rls=org.mozilla:pt-BR:official&client=firefox-a
Está lá no texto original: “Pesquisadores recomendam o controle de natalidade em países em desnvolvimento”
No Brasil, pelo último senso, já está havendo um declínio do nº de nascimentos, chegando aos níveis do 1º mundo: 1,9 nascimentos por casais. O ideal é que seja 2 por casal para manter o mesmo nº. Isso parece que está ocorrendo muito antes do esperado. Daí que se supõe que o pico de cidadãos brasileiros não ultrapasse 200 e poucos milhões. Depois decresce. O que isso prova? Que é só levar civilização para os países menos desenvolvidos que eles mesmos reduzem a taxa de natalidade.
Então, coerente com o início do comentário, o que as corporações querem é acabar com os "incivilizados" para terem controle dos seus recursos. A mesma falácia de sempre. Usam até o terrorismo do aquecimento global para reduzir investimentos e impedir que nações pobres tenham facilidades para crescerem.
O que é necessário é que os países de primeiro mundo racionalizem SUA produção, que motiva o consumo. P. e. pq fazerem modelos novos todos os anos se o carro é o mesmo? Tenho um modelo de 2003 que faz até 24 km/l e não ocorre que melhoraram isso. Até onde já li e ouvi, há tecnologia de remédios e informática para serem ofertados no mercado para daqui a dez anos. Pq não lançam agora? Tudo para manter consumo em alta.
Alguém já disse que se a China e a Índia tiverem a mesma produção e consumo dos países europeus e americanos, não haverá Planeta para todos. Daí, só guerra para resolver, pois bom senso anda escasso, desde a 1ª Guerra Mundial.

celsolungaretti disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
celsolungaretti disse...

Djivo,

o relatório está exigindo exatamente que os desenvolvidos reduzam seu consumo e que a desigualdade diminua. O que está pegando, afinal?

É difícil lermos um relatório científico tão afinado com nossas teses.

Quanto ao "terrorismo do aquecimento global", só tolos não percebem que, ano a ano, aumentam as catástrofes ambientais; e que elas, para piorar, podem servir de estopim para acidentes nucleares como o de Fukushima.

Tal cegueira ideológica contribui para mascarar um PERIGO TERRÍVEL. Acaba, ela sim, servindo aos interesses dos que querem lançar mais e mais carros último modelo.

Não se brinca com o futuro da humanidade.

Djijo disse...

Pesquei essa no site: http://agfdag.wordpress.com/
http://agfdag.wordpress.com/2009/03/10/quanto-co2-ha/
http://vermelhosnao.blogspot.com.br/2012/04/eu-cometi-um-erro.html (original: http://www.dailymail.co.uk/news/article-2134092/Gaia-scientist-James-Lovelock-I-alarmist-climate-change.html?ITO=1490)

Oi Celso. O que me fez perceber que o aquecimento não é atropogênico, é o índice de CO2 em comparação com as demais partículas existentes na atmosfera. Em partes por milhão (ppm), a produção anual que é causado pelo homem é de apenas 2ppm (2 partes por milhão). Os outros 383ppm não é causado pelo homem.

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