Não repercutiu como deveria a apuração que a competente jornalista Conceição Lemes fez da denúncia de Carlos Lungarzo, sobre os antecedentes ultradireitistas do reitor João Grandino Rodas, na notícia Relatório da Secretaria de Direitos Humanos confirma: reitor da USP votou contra vítimas da ditadura, que o Viomundo publicou.
Como os leitores devem estar lembrados, o Carlos levantou a lebre no texto USP: um foco golpista? e eu lhe dei maior quilometragem com o artigo São o Opus Dei e a TFP que regem o espetáculo na USP?
A Conceição veio em seguida, realizando o trabalho de campo que eu e o Lungarzo estamos um pouco velhos para encarar.
E sua contribuição foi ainda mais impactante, por reproduzir na íntegra os registros de alguns dos votos mais estapafúrdios de Rodas como membro da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos.
Ele simplesmente se colocou contra a responsabilização da União nos casos de Stuart Angel e Edson Luiz Lima Souto, entre outros companheiros assassinados pela repressão ditatorial (são esmiuçados outros nove casos).
É estarrecedor que alguém com currículo digno de qualquer fanático hidrófobo da TFP e sem desempenho acadêmico à altura tenha sido escolhido, numa lista tríplice na qual não foi ele o mais votado, para responder pelo destino da principal universidade brasileira.
A menos que se pretendesse dele exatamente o que está fazendo, ao multiplicar as provocações para respaldar a escalada autoritária e, em última análise, a fascistização da USP.
Um comentário:
estarrecedor, mas essa comissão é um fracasso. Ela só quer se fazer em nome de quem pereceu.
Manter o status e salário.
Um horror.
até mais
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