Na série de textos com que este blogue está oferecendo um enfoque alternativo ao da grande imprensa sobre a crise da Universidade de São Paulo, não poderia faltar a ávaliação de um professor da Escola de Comunicações e Artes (*). A combativa ECA/USP de Vladimir Herzog.
E é combativo o artigo Falta inteligência na USP, de Claudio Julio Tognolli, publicado no excelente jornal digital Brasil 247.
Mas, a exemplo do nosso bom Carlos Lungarzo, ele faz análises extensas demais para o padrão aqui dotado, daí eu reproduzir apenas os principais parágrafos, recomendando aos interessados a leitura da íntegra aqui.
"Tudo o que os opinionistas de plantão publicaram sobre a ocupação da Reitoria, a violência da PM etc, é de uma pré-coerência estilizada de quem não conhece a USP de perto. Vamos aos fatos: a PM é burra porque não aplica o seu dito 'serviço de inteligência' nas comunidades carentes que cercam o campus.
...o narcotráfico e até o tráfico de armas invadiu as comunidades carentes... A PM que invadiu a USP metendo um cano na cabeça dos estudantes é a PM burra: que prefere cumprir ordens judiciais cegamente a investigar os traficantes da pesada presentes na USP.
Colocar Polícia Militar nos campi é um tabu que a sociedade americana aprendeu a duras penas a não quebrar: desde que, no final dos anos 60 o governador da Califórnia, Ronald Reagan, botou a Guarda Nacional para dar porrada nos estudantes de Berkeley. Foi ali que se deu a criação do movimento Flower Power, quando Joel Tornabene (...) reagiu a um fuzil apontado contra o seu peito enfiando uma flor no cano do trabuco fumegante.
O movimento hippie nasceu da repressão aos estudantes. O monstro que a PM criou na USP vai gerar subprodutos em curto espaço de tempo – da mesma forma que as areias a irritarem ostras costumam gerar pérolas.
...com a falta de inteligência policial, traficantes de armas e de drogas se infiltraram no seio das pessoas de boa índole encravadas nas favelas que a comunidade uspiana sempre tentou ajudar. (...) Traficantes perigosos, bandidos sazonados, calcetas, invadiram as comunidades carentes no entorno do campus. A Polícia de São Paulo não tem inteligência para detectar quem eles são, eles continuam lá, inclusive comandando roubos de aparelhos como câmeras etc, em algumas faculdades – e a Polícia exibe as cabeças de meia dúzia de 'estudantes da USP maconheiros e mimados'.
* minha velha casa: foi na ECA que me graduei em Jornalismo, há três décadas.Mas quem só pode contar essas histórias são os professores da USP, como esse escriba, que já viram os seus alunos serem ameaçados por facas, armas pesadas etc, e depois serem acusados de 'maconheiros' por uma PM que não tem inteligência policial suficiente, ou mesmo coragem para combater os chefões do narcotráfico da USP, que inclusive se gabam de corromper maus policiais".
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