domingo, 30 de outubro de 2011

OS PREDADORES DE WALL STREET SÃO REACIONÁRIOS NO LIMITE DA INSANIDADE

A garimpagem matutina de assuntos interessantes para o blogue foi decepcionante neste domingo.

Sou do tempo em que a doença de um indivíduo em particular não era assunto de domínio público, a ser esmiuçado por legiões de bisbilhoteiros; não comento as minhas nem gosto de saber a dos outros. Detesto a devassa da intimidade característica da sociedade de consumo, na qual não só bugigangas, mas até nossas dores são expostas na vitrine.

A Fórmula 1, tema domingueiro, virou festival de caçapas cantadas. O Vettel ganhou de novo, o Massa e o Hamilton trombaram de novo. Qual é a graça?

Somos 7 bilhões, mas seremos bem menos quando as catástrofes incubadas pelo capitalismo desabarem sobre nós, nas próximas décadas. Não vou repetir o que já disse em outras ocasiões, como as vitrolas quebradas do passado.

Então, à falta do pertinente e do surpreendente, fiquemos com o já (mas mal) conhecido. Trata-se, aliás, do que mais importa neste momento, embora toda a direita e parte da esquerda prefiram minimizar sua importância: a nova onda de manifestações anticapitalistas em escala global, algo que não se via desde 1968.

Uma análise estimulante é a do comentarista Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa: A pauta que não quer calar. Sem concordar integralmente  – para mim, o alvo inicial dos  indignados  pode ser o capital financeiro, mas o final acabará sendo o capitalismo como um todo –, considero que vale a pena conhecê-la e refletir sobre ela.

Recomendando, como sempre, a leitura da íntegra, destaco os trechos principais:
 "A roda da História está se movendo e a imprensa tradicional parece não se dar conta. Já passa de um milhar de cidades em quase uma centena de países o total de concentrações de cidadãos indignados que produzem o movimento de movimentos cuja denominação a nomenclatura conservadora dos fatos sociais ainda não conseguiu definir.
...os indignados pertencem, na maioria, à chamada  geração Y  – cujos valores e visão de mundo se colocam em total contraposição aos dos yuppies, que a partir do final dos anos 1980 se apossaram da liderança dos grandes negócios e da condução dos humores do mercado.

Os indignados são essencialmente diferentes da chamada  geração X, na qual são classificados os predadores de Wall Street, que gozaram a infância no final dos 30 anos gloriosos e, quando jovens adultos, entenderam que precisavam cuidar pessoal e egoisticamente de seus interesses.

...A atual geração que chega à idade adulta após o advento da internet encontrou o mundo preparado para outros 30 anos de bem-estar e evolução: as novas tecnologias reinventam os negócios, a inovação lança ininterruptamente na rotina aparelhos e sistemas que ampliam o alcance do conhecimento, alargam-se os horizontes geográficos para a ação estimulante do capital.

O que é, então, que não está dando certo?
 O que está destoando desse contexto é justamente a  geração X, que se aquartelou no capital financeiro, entranhou-se nas instituições do poder – entre elas a imprensa tradicional – e, envelhecida precocemente, não consegue enxergar as possibilidades do novo século.
O mal-estar no ambiente da globalização vincula-se claramente à incompatibilidade dos interesses do setor financeiro – chamado genericamente de  o mercado – com as necessidades e interesses da sociedade em geral.

No momento em que a inovação tecnológica oferece soluções para o desenvolvimento sustentável, a irresponsabilidade individualista dos remanescentes da geração X ameaça colocar tudo a perder. Eles se tornaram mais do que conservadores – são reacionários no limite da insanidade.

Podem ser claramente identificados nos conselhos de grandes conglomerados transnacionais, no comando dos gigantescos fundos de investimento e nas chefias de muitos governos importantes. Mas também estão presentes em postos de direção dos grandes grupos de mídia – valorizados como mão de obra qualificada por sua obediência cega aos cânones do chamado fundamentalismo de mercado.

...ao contrário do que alardearam os jornais no fim do século passado, a História não acabou. Ela se desenrola hoje nas ruas de todo o planeta com a manifestação dos novos protagonistas. Mas a imprensa tradicional ainda não entendeu, ou não quer entender".

Um comentário:

Anônimo disse...

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Vc viu isso?
Um link para um texto citando Celso Lungaretti, alias, difamando no CMI

http://ptremdas13e13.blogspot.com/2011/10/se-fosse-celso-lungaretti-cia-teria.html

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