Este é um trecho da coluna desta 6ª feira de Fernando de Barros e Silva, Esperando o PMDB, sobre o mico do momento:
"O contraste e a simetria com o escândalo do caseiro dão o que pensar. Lá, num impulso delinquente, a máquina do Estado foi mobilizada para violar o sigilo do mais fraco. Agora, numa atitude deliberada, trata-se de evitar que o sigilo dos negócios do futuro ministro com os mais fortes venha à luz. Nos dois episódios, sacrifica-se o interesse público em nome do benefício pessoal ou dos ganhos privados".
Lendo-o, ocorreu-me que o ex-trotskista Antonio Palocci é o figurão do qual os verdadeiros esquerdistas mais têm motivos para envergonharem-se desde que Carlos Lacerda trocou de lado e passou a conspirar em tempo integral contra a democracia brasileira.
O corvo desertou explicitamente de nossas fileiras por ambicionar o poder supremo. Achou que teria mais chances de conquistá-lo integrado à direita.
Já o compulsivo desertou implicitamente de nossas hostes por ambicionar riqueza e poder delegado. Não foi honestamente para a direita, mas também deixou de honrar os valores da esquerda. Hoje não é mais movido por ideais, e sim por interesses. Tornou-se fisiológico, amoral.
Lacerda queria ficar na História, mas o registro que deixou é de um homem brilhante e sem caráter, associado às piores causas.
Palocci nem brilhante é. Será lembrado como um dos piores ladrões de galinha de uma fase em que estes pululavam.
E pensar que existem companheiros defendendo um réprobo desses só porque seu mestre mandou!
Deveriam deixar a tarefa aos maiores interessados na permanência de Palocci como homem de poder: os banqueiros.
Um comentário:
Infelizmennte, essa é a máxima que torna difícil qualquer mudança no mundo: o poder corrompe. Eu até não acredito que o poder corrompa a todos, mas chegar lá é muito mais fácil pela via da corrupção. Palloci e Dirceu me remetem à ala mais estranha do PT, que suja as mãos com o sangue alheio e se vende sob a áurea do déspota esclarecido. Me entristece ver que Dilma se cerque desse povo para governar; a meu ver, não precisava.
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