Imperador na TV: só em circunstâncias extremas |
Jaczko acredita que não haja mais água no seu reservatório. Isto faria as varetas de urânio derreterem, com a radiação aumentando a ponto de os funcionários de Fukushima não poderem mais tomar medidas corretivas.
E, enquanto os japoneses tratam de evacuar a população num raio de 20 km da usina, a embaixada dos EUA aconselha aos norte-americanos que se mantenham à distância mínima de 80 km.
Günther Oettinger, comissário de Energia da União Europeia, avalia que as autoridades japonesas perderam o controle da situação.
É generalizado o temor de uma nova Chernobil |
De quebra, os japoneses agora terão de conviver também com apagões, em meio a um rigoroso inverno: a geração de energia foi enormemente prejudicada.
Para quem, como eu, tenta separar a verdade da desconversa apaziguadora, uma boa pista foi o pronunciamento do imperador Akihito, exortando o povo a manter a esperança.
Um jornalista tão veterano quanto respeitado, João Batista Natali, explica o porquê:
"A última vez que um imperador japonês usou a mídia eletrônica para se dirigir ao país em momento de crise foi em 15 de agosto de 1945. Hiroíto (...) leu pelo rádio mensagem em que anunciava a aceitação da rendição militar incondicional imposta pelos aliados.
...Segundo antiga tradição japonesa, ao imperador basta o fato de existir. Ele não fala. Sua promessa de mudez é quebrada com as mensagens de Ano-Novo ou com as declarações (...) que faz ao exterior.
É por isso que o pronunciamento de ontem é altamente excepcional. Significa que a situação é grave ou mesmo gravíssima, caso os vazamentos nucleares provoquem desdobramentos mais trágicos que os admitidos até agora pelo governo".
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