algaraviaÉ como se podem qualificar todos os textos de Laerte Braga.
2 Derivação: sentido figurado.
linguagem muito confusa, incompreensível; charabiá
3 Derivação: por extensão de sentido.
coisa difícil de entender
Diz que foi jornalista. Eu jamais o acusaria disto, face à sua estarrecedora falta de rigor na informação, clareza na expressão, perspicácia na interpretação e consistência na opinião; mistura o tempo todo alhos com bugalhos, sem a mínima noção de pertinência nem o comezinho cuidado de fornecer provas do que afirma.
Nada de links, de testemunhos, de fontes comprováveis. Apenas palavras desconexas ao vento e gracejos que beiram a puerilidade.
Chega ao cúmulo de atribuir a Rosa Luxemburgo o "não passarão!" de Dolores Ibarruri, A Pasionária. Eis o parágrafo na íntegra, mescla perfeita de ignorância política com paralelismos descabidos:
"Que Rosa de Luxemburgo tenha dito 'não passarão' é uma coisa. Na afirmação de Lungaretti é uma heresia. Aquele negócio de Tarzã sair de galho em galho através de cipós e com Chita nos ombros, enquanto Jane esperava para o jantar, só em cinema" (vide aqui).Não, Laerte. Rosa de Luxemburgo afirmou que a verdade é revolucionária. Freud provavelmente avaliaria que, ao trocar as bolas, você cometeu um ato falho: sua ojeriza à verdade é tamanha que nem consegue repetir a frase que consagra seu primado sobre as versões convenientes.
Pois, nisto também você se diferencia dos verdadeiros jornalistas: ao invés de resgatar a verdade para disponibilizá-la aos leitores, você apenas a manipula e maquila para parecer corroborar a lição que desde o início queria ministrar aos devotos.
Como no domingo seguinte ao golpe contra Manuel Zelaya, quando você trombeteou que a repressão hondurenha assasinara 50 manifestantes de uma tacada só.
Depois nem lhe passou pela cabeça pedir desculpas por esse chute mirabolante, pois o exagero é a alma da propaganda... e propaganda é o que você faz.
Se não está comprometido com a verdade como (ex) jornalista, você também não o está como revolucionário (não colocarei aqui um "ex" insultuoso porque jamais pagarei insinuações ignóbeis com a mesma moeda).
Politicamente, você é expressão fiel daquela degeneração burocrática da revolução soviética que Rosa Luxemburgo captou no nascedouro e lhe inspirou a máxima imortal. Pertence à estirpe dos homens do aparelho, daqueles que acreditam em mudar a sociedade a partir dos gabinetes do poder, em cuja órbita sempre oscilam.
Antes defendia o Governo Lula até no que ele tinha de indefensável para um homem de esquerda, com obediência canina. Depois trocou de amo e senhor, repudiando Lula e erigindo Hugo Chávez em guia genial dos povos.
Não estão excluídos novos ziguezagues, mas posso apostar que você continuará sempre caudatário de algum governo.
Sua revolução cheira a mofo palaciano, Laerte. Nela não entra o ar puro da praça, que é do povo como o céu é do condor.
De resto, por mais jogo sujo e provocações que façam você e aqueles que o escalaram para atacar-me, continuarei cumprindo a missão que assumi: contribuir para a afirmação de uma esquerda libertária no Brasil.
E só o que eu tinha a lhe dizer, Laerte. Sua algaravia não justifica mais do que isto.
3 comentários:
Oi, Celso. Não tenho procuração para falar pelo Laerte, mas acho que, de fato, ele sacrifica a objetividade pela causa às vezes, algo que até o Walter Benjamin diz que o crítico precisa fazer. Eu te digo que ele acerta em oitenta por cento das análises; é jornalista, mas também é militante.
Esse governo Lula deixa a todos na berlinda. Acho que ele não renegou Lula e abraçou Chávez; ele só defende Chávez e Zelaya num momento de ataque midiático contra eles, só isso. Eu penso que ele é PT radical e persevera nessa posição. Heloísa Helena tb perseverou até ser expulsa.
Se é algaravia, vc pode avaliar e eu respeito. Só acho errada essa sua impugnação de Chávez e Zelaya enquanto revolucionários. Ser nacional-desenvolvimentista de esquerda na AL é ser revolucionário, dadas as condições daqui. Essa impugnação parece aparentada com a que vcs fizeram ao "populismo" (conceito horrível) em 64-67 e que levou ao desastre que foi a luta armada naquele momento -- por que existem casos em que eu defendo a luta armada, como, por exemplo, dos iraquianos e afegãos contra a invasão norte-americana.
Abs do Lúcio Jr.
Lúcio,
há uns 3 anos uns fascistinhas da Web começaram a plantar notícias que estimulassem um confronto entre eu e o Ivan Seixas.
Percebi a jogada e me entendi com Ivan: não faríamos nenhuma manifestação pública que caracterizasse antagonismo entre nós. Havendo divergências, nós a resolveríamos diretamente, sem torná-las públicas.
Pouco depois o Laerte Braga me atacou por qualquer motivo e eu lhe fiz proposta semelhante. Ficou mais ou menos assentada a mesma coisa e até desenvolvíamos alguma cooperação.
Para minha surpresa, ele resolveu tomar o partido do Castor na polêmica que estava travando comigo. Escreveu um artigo ao qual eu e o Lungarzo não poderíamos deixar de responder.
Pensávamos que a coisa morreria por aí, mas ele treplicou. E, noblesse oblige, produzi nova resposta.
No fundo, temos posições hoje bem opostas e não vejo sentido em continuarmos escrevendo só para destacar as diferenças. A quem interessa a diminuição de um ou de dois articulistas conhecidos de esquerda?
E, se ele tem maior número de apoiadores, ouso afirmar que os melhores argumentos estão do nosso lado, o que caracteriza um equilíbrio de forças.
Então, da minha parte a polêmica pode encerrar-se com dois artigos cada.
Mas, se ele continuar me atacando, terei de continuar replicando.
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