sábado, 16 de maio de 2009

POLICIAIS CONVULSIONAM ESCOLA E SERRA PROMETE CÂMERAS (!)


CHARGE DE CLEUBER (clique para ampliar)
http://www.tracodeguerrilha.blogspot.com/


Recapitulando. Dois alunos de uma tradicional escola paulistana (a Antônio Firmino de Proença, na Mooca), com idades de 14 e 16 anos, estavam proibidos de frequentá-la em outros períodos por "mau comportamento", mas a invadiram anteontem (14), pulando o muro.

O diretor chamou a polícia. Esta usou gás de pimenta contra ambos, que estavam escondidos no banheiro, depois entrou e os agrediu. Os colegas se revoltaram e começou o quebra-quebra, que teve como saldo 47 vidraças, 25 cadeiras, 27 mesas, quatro lixeiras e um banco quebrados.

No day after, o Governo Serra continuou se comportando segundo o figurino das administrações reacionárias: anunciou a instalação de 11 mil câmeras nas escolas estaduais, para colocar os alunos sob vigilância permanente, no melhor estilo Big Brother (o do 1984 orwelliano, não o lixo global...).

De resto, está cada vez mais evidenciado que a revolta dos estudantes foi uma reação às condições deploráveis em que encontravam-se seus dois colegas ao serem retirados do banheiro.

Quanto ao diretor do estabelecimento, eis o coroamento do seu papel no episódio, segundo comentário que um aluno enviou ao meu blogue (anonimamente, claro, para evitar represálias): "Eu estava lá, e vi quando os 2 alunos saíram do banheiro chorando e pelo que eu ouvi eles também apanharam dos policiais, e vi que o diretor sabia que eles estavam apanhando no banheiro, e ficou na porta para que ninguem entrasse".

Reitero, ainda mais enfaticamente: se não sabe a diferença entre educador e repressor, tem de ser removido o quanto antes do cargo!

E é inaceitável que esteja alegando tráfico como desculpa. Não foi encontrada droga nenhuma com os dois alunos; ademais, se eles fossem traficantes, já teriam sido expulsos há muito tempo, e não proibidos de frequentar a escola em determinados períodos.

O diretor colocou a si próprio em xeque-mate: ou errou antes, não expulsando traficantes; ou errou agora, açulando a polícia contra jovens inofensivos e mentindo para tapar o sol com a peneira.

Prefiro acreditar em quem tem credibilidade: as vítimas. Explicaram ter pulado o muro para acessarem a internet nos computadores da escola. Fico com a versão que faz sentido.

Finalmente: extinguiram o Juizado de Menores? Caso contrário, a intervenção policial terá sido mais abusiva ainda.

Aguardam-se do Governo Serra punições (aos policiais e ao diretor), explicações (à opinião pública) e pedidos de desculpas (a todos os alunos). É o mínimo que se pode esperar de quem um dia presidiu a UNE.

Quanto às tais câmeras, o decoro me impede de apontar o local mais apropriado para sua inserção...

8 comentários:

Anônimo disse...

Lungaretti a situação nas escolas publicas está insuportavel,e o serra está certíssimo em colocar cameras para vigiar determinados alunos,o que não pode é alguns alunos agredirem o professor,usarem a escola para disseminar o trafico,se o aluno não quer estudar ele tem mais é que ser expulso mesmo,levar umas bofetadas na cara e ser preso,e deixar a escola pros alunos que querem estudar,ser pobre de dinheiro já é ruim agora é imperdoável ser pobre de espírito,porque muitos pais acham que a escola tem que dar a educação básica,aquela que ensina as crianças à dizer,por favor,obrigado(a),com licença,respeitar o outro e se respeitar,isso quem tem que ensinar são os pais,a escola é pra obter outros tipos de conhecimento.

celsolungaretti disse...

Quando os policiais invadiram e vandalizaram a PUC, D. Paulo Evaristo Arns reagiu com uma frase memorável: "na PUC só se entra prestando exame vestibular, e só se entra na PUC para ajudar o povo e não para destruir as coisas".

Por pior que esteja a situação nas escolas públicas, a polícia não é solução. Pode ser acionada em casos de tráfico, agressão, estupro, roubo, ocorrências realmente graves.

No caso presente, entretanto, não ficou provado que os dois alunos tenham cometido crime nenhum.

Quanto aos crimes cometidos pelos policiais, são evidentes, saltam aos olhos.

Alunos não se revoltam dessa maneira à toa.

E ainda bem que conservam o espírito solidário e são capazes de se revoltar contra as truculências bestiais e as injustiças gritantes! Nem tudo está perdido.

Anônimo disse...

Não só presidiu a UNE como foi estudante nesse colégio...
O que o tempo e o poder faz com as pessoas.

Vera Pereira disse...

Já leu a comparação canalha e estapafúrdia do Battisti com o Bin Laden na Carta Capital de hoje? Um espanto!

kelly marciano disse...

a última coisa que se pode fazer com uma criança/adolescente com problemas e deixá-la sem escola.
fiz um trabalho no jardim ângela e me espantou o número de meninos entre 11 e 14 anos que haviam sido expulsos da escola e não tinham vaga pra estudar em outras (falei com mães, avós e madastras que andavam procurando vagas)
o que esse governo quer? que esses moleques fiquem mesmo sem estudo, acabem na marginalidade e morram cedo, dando assim menos trabalho ao estado?

Cremilda Estella Teixeira disse...

POLÍCIA É PARA QUEM PRECISA DE POLÍCIA.

A cidade de São Paulo carece de policiamento. Temos um roubo de carro a cada minuto e outras violências onde a polícia seria necessária e bem vinda.
Mas, para as escolas públicas do Estado de São Paulo sobra policia; polícia que aparece em questão de segundos, atendendo ao chamado da direção escolar. A políca é chamada para resolver problemas triviais ou para conter os alunos que reclamem de injustiças praticadas pela escola...
Toda vez em que o aluno revida a uma agressão, a policia é chamada e a imprensa nunca ouve o lado do aluno. Aluno de escola pública não tem nem vez e nem voz.
Aconteceu na Escola Estadual Amadeu Amaral (zona leste da Capital - 2008). A policia foi chamada e já chegou batendo, segundo relatos dos alunos ao Conselho Tutelar. Apareceram vidros e móveis quebrados, que alunos juram não terem sido eles que quebraram
A imprensa toda mostrou imagens de crianças e adolescentes em cima de um telhado jogando telhas e pedras para baixo. A opinião pública ficou contra os alunos, chamados de vândalos de bandidos e depredadores. No dia seguinte, o jornalista Chico Pinheiro (telejornal SPTV, da Rede Globo) explicou, muito rapidamente, em segundos poucos segundos, que aquelas imagens eram de outra situação e de outro lugar...
Mas só quem sabia das mentiras e estava com muito atento é que percebeu a tímida explicação envergonhada dele...
Mas o estrago já tinha sido feito. Aluno transformado em bandido perigoso e selvagem. Pau neles. O coitadinho do professor tendo que aturar essas feras...
Agora acontece de novo. Os motivos de sempre. Dois alunos estavam na escola, fora do horário deles. Como a direção não entende que a escola é do aluno, ela chamou a policia.
Quando a direção chama, a policia atende em questão de segundos. Oos alunos só tiveram tempo de se esconder no banheiro. A polícia joga espray de pimenta no banheiro e nos alunos que se aglomeravam e protestavam. Os alunos sairam algemados e não foi encontrado nem com eles e nem no banheiro vestígios de droga.
Claro que os vidros e os móveis aparecem quebrados, para justificar a ação da policia. Os Alunos acusados negam.
Se alunos são depredadores perigosos, vândalos que enfrentam a polícia, precisa ter quebra-quebra...
Essa escola, onde o Governador estudou nela, e afirma que no tempo dele não tinha isso.
Mas agora a gente quer um governo que olhe para frente e faça alguma coisa a favor da escola pública. Que olhe para frente e considere aluno como o futuro do Brasil.
Escola sem impunidade, sem corrupção, com aulas de qualidade, com professores presentes e dando bons exemplos. Escola onde aluno seja respeitado não precisa de polícia.
POLICIA É PARA QUEM PRECISA DE POLICIA
http://cremilda.blig.ig.com.br

Anônimo disse...

Vixe, q horror.

Inté,
Murilo

Anônimo disse...

2010 A escola tem cameras que ficam na maioria do tempo desligadas o Diretor nao que ver o que acontece na escola...alem de desligar as cameras se tranca na sala dele...e assim caminha a educação

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