A notícia menos ruim é que, segundo a avaliação do respeitado secretário-geral da Comunidade Iberoamericana Enrique Iglesias, a América Latina não será tão fustigada assim pela crise global do capitalismo, devendo fechar 2008 com um crescimento do PIB entre 1% e 2%.
A má notícia é que o Brasil continua revendo para baixo sua projeção de crescimento, agora no patamar de 1,5%.
Nos fugazes tempos do milagre brasileiro, o Brasil chegou a crescer quatro anos consecutivos (de 1970 a 73) acima de 10%, mas logo voltou a ter desempenho econômico incipiente.
Estima-se que seria necessário um crescimento anual de pelo menos 5% para o País absorver os novos contingentes que chegam ao mercado de trabalho e ir resgatando, aos poucos, sua enorme dívida social.
Nos últimos 30 anos, segundo o IBGE, o patamar de 5% só foi atingido nove vezes e houve cinco anos com crescimento negativo do PIB, o pior deles sendo 1990, o último do catastrófico Governo José Sarney (-4,3%).
O Governo Lula vinha até agora alternando altos e baixos: 2003, 1,1%; 2004, 5,7%; 2005, 3,2%; 2006, 3,8%; 2007, 5,4%; 2008 deverá fechar entre 4% e 5%.
Quando começava a se tornar perceptível para o cidadão comum a melhora, a saída do sufoco, eis que a crise gerada nos EUA e irradiada para o resto do planeta nos remete de novo para o limbo.
Iglesias, que já chefiou o Banco Interamericano de Desenvolvimento, prevê também uma desvalorização do real.
E diz que o mundo só sairá da crise a partir de 2011. Ou seja, a delinquência capitalista já nos condenou a dois anos de vacas magras -- pelo menos.
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