terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O OCASO DE UM IMPERADOR

[comentário enviado ao Blog do Mino, referente a mais uma diátribe lá postada contra a soberana decisão brasileira de conceder refúgio humanitário a Cesare Battisti, vítima das perseguições rancorosas da burguesia italiana e de seus aliados do PCI, como o presidente Napolitano]

O caso está decidido, Mino. Ponto final. Depois de atuarem como guarda-costas do capitalismo em 1968 e anos seguintes, os partidos comunistas europeus (e seus adeptos, como você) continuam até hoje perseguindo os "ultras" e tratando como não-pessoas os resistentes brasileiros que pegaram em armas contra a ditadura.

Você é responsável por uma publicação que causou terríveis problemas à luta em prol do Cesare no início, assim como arrogantemente impôs à sua redação a exclusão de qualquer referência a mim numa matéria-de-capa que teria sido de imensa valia na luta que eu estava travando, por minha vida e por meu nome (aquela sobre a anistia federal em 2004, lembra?).

Pois bem, imperador, o Rui Martins e eu, humildes jornalistas que nunca fomos donos de revista nenhuma nem nos pavoneamos com êxitos que pertenciam muito mais às equipes que ao preposto dos patrões (*), contando apenas com a internet, uma causa justa e capacidade para explicá-la, vencemos. Você perdeu. E está queimando cada vez mais seu filme junto aos que o viam como um homem de esquerda.

Não é. Verdadeiros homens de esquerda cultivam a solidariedade revolucionária e movem céus e terras para salvar um companheiro, como nós dois fizemos.

Enquanto isto, você estava do outro lado, açulando os mastins contra o Cesare.

Somos homens idosos, os três. A História nos julgará. O Rui e eu estamos tranquilos, lutamos de peito aberto por um mundo de liberdade e justiça social.

E você, como será lembrado? Desse jeito?!

* Para os jovens, explico: no perfil colocado em seu próprio blog, Mino Carta enfatiza "que dirigiu as equipes criadoras do Jornal da Tarde e das revistas Quatro Rodas, Veja, IstoÉ e CartaCapital, da qual é diretor de redação". Não divide com nenhum integrante dessas equipes o mérito pelos projetos que vingaram. E esquece de citar o fracassado Jornal da República...

3 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Celso,

O Mino Carta me decepcionou muito com este comportamento durante este complicado caso do Cesare Battisti.

Confesso que admirava-o muito pelas belas páginas da Veja durante o enfrentamento que a revista levou a cabo contra a Ditadura Militar.

A capa memorável contra as torturas, em 1968, me comeve até hoje.

Daqui para frente, verei o Mino como o homem que abandonou a verdade para cumprir um papel menor, só para agrader seus amigos do PCI.

Está bem claro que ele serviu aos interesses dos "camaradas" italianos.

Que pena, Mino!

Ismar C. de Souza

Fernando Claro Dias disse...

Caro Celso Lungaretti,

Tudo bem?

Recebi e li, um por um, inúmeros artigos seus e de Rui Martins, e abaixo-assinados enviados pelo estimado defendendo a causa de Cesare BATTISTI.

Busquei, do outro lado, isto é, daqueles que queriam a extradição e encarceramento, argumentos jurídicos válidos e de acordo com a ordem jurídica internacional, que legitimassem a persecução criminal por parte da Justiça Italiana.

Pouco encontrei de substancial. Nenhuma prova cabal!

Porém o que ficou claro para mim, foi o querer aplicar o império da exceção constitucional que ditava as decisões judiciais à época.

Todo o processo contra Cesare se deu sem o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório, regras fundamentais inegociáveis e inafastáveis em nações democráticas e soberanas.

O Ministro Tarso Genro, experiente advogado, sábio jurista, fundamentou sua decisão, e o Presidente Lula com determinação e autoridade moral a validou, jogando uma pá de cal, como que batendo o martelo, sobre o caso, exercendo sua atribuição constitucional como chefe eleito nas urnas, por duas vezes, da nação BRASIL e como Líder mundial de primeira grandeza.

Espernear é um direito de todos. Porém somos um País Soberano!

Com muito orgulho, já não nos podem chamar de República de Bananas!

A Itália, ao repudiar a decisão, não por acaso, vai contra as liberdades individuais, contra a democracia, rasga a Declaração Universal dos Direitos Humanos e afronta nossa Soberania.

Cesare BATTISTI, fica.

Ponto e pronto!

Saudações socialistas e libertárias,

Fernando Claro
advogado
OAB/50226/RJ

Anônimo disse...

Mas agora fiquei preocupada. O ministro supremo ainda pode fazer todos nós de palhaços?
Já não basta que soltou todos os ladrões de casaca? Agora quer enxovalhar a honra nacional? Não é possível, caro Celso Lungaretti; já passou das medidas.

Sempre tolerei as bravatas de Mino, sua empáfia. Causou-me aflição em um texto que criticou as cores do pendão nacional e usou a palavra tupiniquim de maneira debochada, dei-lhe descontos por outros tantos textos bons; agora, tb. passou das medidas.

Vamos para as ruas, reinvidicar respeito ao Brasil e ao seu povo que está coeso, junto às decisões do Governo e em defesa de nossa soberania.
Um ab.
maria santos.

Related Posts with Thumbnails