É domingo, então não abordarei aqueles temas altamente relevantes dos quais se ocupa a grande imprensa, como a escolha do cachorro que será mascote da Casa Branca durante a Era Obama e a criação do primeiro banco realmente internacional de origem brasileira (depois de "o petróleo é nosso, "a agiotagem é nossa"...).
Hoje meu tema é a educação. Mais precisamente, uma notícia publicada na Folha de S. Paulo:
"A partir do ano que vem, estudantes de três colégios particulares de São Paulo poderão obter o diploma norte-americano de 'high school' (equivalente ao ensino médio) sem fazer intercâmbio nos EUA.
"Os colégios Dante Alighieri, Magno e Pentágono acrescentarão às suas grades curriculares as disciplinas das escolas americanas que não são ensinadas no Brasil, como política, economia, história americana, literatura inglesa e oratória.
"Pela manhã, os alunos continuarão estudando como sempre fizeram, em português. As aulas do currículo americano serão dadas à tarde, por professores estrangeiros. Os adolescentes só poderão falar inglês.
Então, os alunos brasileiros agora ficarão conhecendo melhor ainda o pedigree do cachorro presidencial, a excelência de Wall Street em causar recessões planetárias, o big stick com que os EUA disciplinam os nativos metidos a bestas nos quatro cantos do mundo e as técnicas para se falar muito sem dizer nada.
O único perigo são as aulas de literatura inglesa. Já pensou se forem apresentados a O Americano Tranqüilo, de Graham Greene? Isto poderia levá-los a refletir sobre o restante da educação globalizada que estarão recebendo...
De resto, sei lá por que, um velho tema da peça Arena Conta Tiradentes não sai da minha cabeça:
"Eu sou brasileiro, mas não tenho meu lugar
Porque lá sou estrangeiro, estrangeiro no meu lar"
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