domingo, 24 de agosto de 2008

FEIOS, SUJOS E MALVADOS

O horário eleitoral gratuito é um monstro de Frankenstein. Deveria educar o eleitorado para a participação política e o exercício da cidadania. Pelo contrário, incute-lhe a percepção de que deve votar em quem lhe ofereça maiores benesses. Faz dele o leiloeiro do seu voto: quem dá mais?

Desde que o PT abdicou de qualquer veleidade revolucionária, tornando-se um partido reformista no pior sentido, não existe mais disputa política entre as agremiações que disputam as eleições para vencer. São apenas gangues tentando apossar-se das chaves dos cofres públicos para proporcionar a seus integrantes riqueza e poder.

As ferramentas dessa profissão não são revólveres e gazuas, como as dos ladrões mais dignos que, pelo menos, arriscavam a pele para concretizar seus intentos.

Os meliantes de novo tipo utilizam a desfaçatez, o cinismo, as promessas que não pretendem cumprir; seus cúmplices são os marqueteiros como Duda Mendonça, que fazem sapos parecer príncipes o tempo suficiente para iludirem os otários.

E não se arriscam a perder nada, pois para a cadeia dificilmente vão (e se vão, não ficam); e honra não têm.

E a melhor definição para o horário gratuito é o título daquele ótimo filme de Ettore Scola: feios, sujos e malvados.

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