sexta-feira, 31 de agosto de 2018

NEONAZISTAS ALEMÃES TÊM PARTICIPAÇÃO MARCANTE NAS MANIFESTAÇÕES DE RUA CONTRA OS ESTRANGEIROS

daniel avelar
VIOLÊNCIA EM PROTESTOS XENÓFOBOS
 EVOCA PASSADO NAZISTA NA ALEMANHA.
Alemães fazendo saudação nazista em público. Grupos de extrema-direita perseguindo imigrantes nas ruas. Milhares de manifestantes pedindo a expulsão de estrangeiros.

Cenas como essas, que ecoam o período do nazismo, foram registradas na Alemanha no início desta semana. A violência em Chemnitz, cidade localizada no Estado da Saxônia, no leste do país, fez os alemães voltarem a discutir a ascensão de movimentos de extrema-direita.

A tensão em Chemnitz teve início no domingo (26), após um alemão de 35 anos ser morto a facadas. Os principais suspeitos do crime são um iraquiano e um sírio, que foram detidos pela polícia.

A notícia do assassinato levou grupos de extrema direita a convocarem um protesto anti-imigrantes no mesmo dia. A manifestação, que atraiu algumas centenas de participantes, se repetiu na 2ª feira (27), reunindo cerca de 6 mil pessoas e provocando confrontos entre neonazistas e militantes de esquerda que participavam de uma manifestação contrária.

O incidente gerou reações das principais autoridades alemãs, além de reacender o debate sobre imigração e xenofobia no país.
A histeria xenófoba está servindo de cavalo de Troia para os neonazistas alemães... 
Dezenas de pessoas ficaram feridas, algumas gravemente, em confrontos entre militantes da extrema-direita e participantes de uma manifestação contrária. Além disso, segundo o jornal britânico The Guardian, a perseguição contra imigrantes ocorrida durante os tumultos deixou um sírio, um búlgaro e um afegão feridos.

A violência nas ruas refletiu o tom das manifestações da extrema-direita, em que militantes gritaram palavras de ordem nacionalistas e xenófobas, como Chemnitz é nossa, fora estrangeiros e para cada alemão morto, um estrangeiro morto. Ao menos dez pessoas estão sendo investigadas por fazerem a saudação nazista, que é proibida na Alemanha.

As forças de segurança foram duramente criticadas por permitir que a situação em Chemnitz fugisse do controle. Ademais, o vazamento de um relatório sobre o esfaqueamento de domingo para militantes xenófobos levantou suspeitas de que tenha havido colaboração entre agentes da polícia e grupos da extrema-direita.

O primeiro-ministro da Saxônia, Michael Kretschmer, acusou a extrema-direita de tirar proveito do assassinato de domingo e pediu que os habitantes de Chemnitz “se posicionem juntos dos nossos concidadãos estrangeiros”. A chanceler alemã, Angela Merkel, repudiou a violência xenófoba e declarou que “o que vimos é algo que não tem lugar numa democracia constitucional”.

As manifestações da extrema direita foram impulsionadas por notícias falsas, incluindo as alegações de que a vítima do esfaqueamento de domingo teria sido atacada ao tentar proteger uma mulher, e de que um outro homem havia sido morto por estrangeiros. A polícia desmentiu essas histórias.
...assim como a ultradireita brasileira quis usar a greve dos caminhoneiros para dar um golpe de estado.
Os principais responsáveis pela disseminação das fake news são organizações de extrema-direita, incluindo o grupo que convocou as manifestações em Chemnitz.

A extrema-direita também está no Parlamento, após o partido AfD (alternativa para a Alemanha) conquistar a terceira maior bancada no Bundestag nas eleições do ano passado.

A representação da extrema-direita no Parlamento, fato inédito na Alemanha desde a queda do nazismo, oferece um canal institucional para ideias xenófobas. De fato, alguns líderes da AfD declararam apoio aos manifestantes de Chemnitz. Um dos parlamentares da sigla, Markus Frohnmaier, disse que “se o Estado não protege mais seus cidadãos, então as pessoas devem tomar as ruas e proteger a si mesmas. É simples assim!”.

A violência xenófoba na Alemanha não está limitada aos incidentes em Chemnitz. Em 2017, houve mais de mil ataques contra abrigos para refugiados no país. Grande parte dos incidentes foi registrada em Estados do leste da Alemanha, membros do bloco comunista durante a Guerra Fria, mas também houve episódios xenófobos em outras partes do país.

O aumento dos ataques xenófobos na Alemanha é uma reação à chegada de imigrantes e refugiados, que alcançou seu pico em 2015 com a política de portas abertas do governo Merkel –mais de 1 milhão de estrangeiros entraram no país naquele ano. Desde então, o governo tem restringido a imigração, em parte devido à pressão da extrema-direita. (por Daniel Avelar) 
Este é o filme do momento, desgraçadamente. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Um comentário:

SF disse...

***
Visitei uma hidroelétrica e vi um gerador Siemens, com um eixo de quase um metro, girando suave e balanceado a sessenta ciclos por segundo.
Siemens - alemão.
De um lado, os alemães, especialistas em ótica de precisão, metalurgia, química e tantas outras áreas da ciência e tecnologia super avançada.
Do outro lado, um pessoal caetofóbico e misógino especializado em burcas, chibatas e num livro escrito numa época que não existia nem carrinho-de-mão...
Parece que a política de misturar os povos do antigo regime comunista continua em alta.
De onde veio a Merkel mesmo?

Related Posts with Thumbnails