domingo, 8 de abril de 2018

APÓS A 6ª FEIRA TENSA E O DISCURSO DE DESPEDIDA NO SÁBADO, LULA COMEÇA A CUMPRIR SUA PENA.

"Se entrega, Corisco!
Eu não me entrego, não!
Eu não sou passarinho,
pra viver lá na prisão.
Não me entrego ao tenente, 
não me entrego ao capitão.
Eu me entrego só na morte
de parabellum na mão"
(Sérgio Ricardo)
Houve muito descontrole na tarde de 6ª feira (6), quando os palpiteiros cercavam o ex-presidente Lula por todos os lados, sugerindo-lhe as ideias mais estapafúrdias.

A pior delas: Lula não só descumprir a determinação de Sérgio Moro, como resistir à polícia. Teria causado pancadaria, ferimentos, talvez mortes, além de oferecer aos pescadores em águas turvas uma excelente oportunidade para atentarem contra a vida de Lula em meio à confusão, o que incendiaria o país.

Felizmente, acabou prevalecendo o bom senso e Lula decidiu se entregar. Aí o pandemônio arrefeceu.

Resta saber o que fará agora Moro, cuja decisão foi descumprida. O mais provável é que ele releve o ocorrido, levando em conta a dramaticidade do momento; e que os juízes dos outros oito processos a que Lula responde não tomem a decisão mesquinha de decretarem sua prisão preventiva por haver desacatado uma determinação judicial.
Chegada a Curitiba para o cumprimento da pena
O diabo é que Lula, mais uma vez, colocou-se em posição vulnerável, ficando na dependência da boa vontade do inimigo. 

Há o mau precedente de que o outro lado demonstrou tal good will no caso do mensalão (quando já poderia tê-lo abatido em pleno voo), mas agora foi inflexível quanto ao seu encarceramento.

Será muito ruim se a comédia de erros da 6ª feira for usada contra Lula, mas a possibilidade existe. 

Consta que o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo chamou às falas os responsáveis por tal complicação adicional: "E agora, quem vai pagar se o Lula sofrer prejuízos jurídicos?". Teria sido o balde de água fria que fez baixar a temperatura, reduzindo a excitação bravateira.

Enfim, vida que segue. A luta continua.

"Se eu não acreditasse na Justiça, eu não tinha feito um partido político. 
Eu tinha proposto uma revolução nesse país. Mas eu acredito na Justiça"
(Lula, defendendo até o fim as ilusões democratico-burguesas)

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