quinta-feira, 3 de agosto de 2017

A ESQUERDA NÃO APRENDEU EM 2016 A SERVIÇO DE QUEM ESTÁ A DEMOCRACIA BURGUESA. TEVE DE FAZER RECUPERAÇÃO.

Uma história contada por um idiota, significando nada.
Será que Shakespeare, além de notável dramaturgo, era também um adivinho? Pois, a fala celebre de sua MacBeth parece ter sido uma antevisão da farsa que acabou de ser encenada nesta 4ª feira, 2: "A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, significando nada".

Pois, sob os auspícios de um idiota, em parceria com a organização sinistra que idiotiza o povo brasileiro, assistimos exatamente a uma história cheia de som e fúria, significando nada.

A partir de uma denúncia inepta, que tinha mais furos do que qualquer peneira, tentou-se derrubar um presidente da República. Mas, passado o alvoroço inicial, quem tem miolos e sabe usá-los percebeu que nada de bom adviria da tentativa golpista. 

Nem uma eleição direta imediata, nem a antecipação da que está marcada para outubro de 2018. Apenas: 
  1. a substituição temporária do presidente atual, medíocre cumpridor das determinações do poder econômico, por outro mais medíocre e servil ainda; 
  2. seguida da escolha, por parte de um Congresso Nacional desmoralizado, de um presidente-tampão para governar durante alguns meses, coincidentes com o período em que os políticos ocupam-se de suas campanhas eleitorais e nada de importante acontece nas esferas do Executivo e Legislativo.
O que é que vou dizer lá em casa?!
Foram dois meses e meio em que muita coisa não andou no Brasil por conta de uma tramoia de inconsequentes e incompetentes. E que saldo seu fracasso deixou para trás? 

Um dos piores criminosos de colarinho branco do País foi contemplado com um acordo que lhe garantiu fortuna e impunidade, num simulacro de Justiça que serviu, inclusive, para desmoralizar a Operação Lava-Jato, preparando o terreno para sua neutralização.

Instalou-se a desconfiança nos mercados, retardando a saída da fase mais aguda da recessão que leva nosso povo à penúria e ao desespero. 

Muitas verbas e cargos acabaram sendo distribuídos na compra do apoio dos fisiológicos de sempre, comprometendo a política de austeridade em nome da qual tantos sacrifícios foram impostos aos coitadezas do Brasil.

O desfecho foi dos mais pífios, com a imensa maioria dos brasileiros indiferente às pendengas palacianas e se lixando para o espetáculo mambembe que a Rede Globo transmitiu.
Será que desta vez a ficha caiu?

Para que, para passar recibo da humilhação que sofreu? Para que, lembrando Augusto dos Anjos, muitos (ao invés de ninguém) assistissem ao enterro de sua última quimera golpista? 

De que adiantou? Quem viu, quase sempre foi por falta de opção e furibundo por estar perdendo a partida do Brasileirão. O enterro foi tudo, menos formidável!

O provocador-geral da República promete voltar à carga antes do 17 de setembro em que voltará à insignificância da qual jamais deveria ter saído; evidentemente, ainda não se deu conta de quão acachapante e irreversível foi a derrota que sofreu. Aqueles a quem os deuses querem perder, primeiramente enlouquecem...

A esquerda desnorteada, por sua vez, teve de aprender de novo que, nas disputas travadas segundo os valores republicanos ultimamente por ela tão louvados, quem prevalece é sempre a burguesia e seus favorecidos. Não entendeu direito a lição do ano passado, agora fez a recuperação.  Mas, como tem cabeça muito dura, é provável que logo esteja colecionando outras derrotas inúteis. 

A luta pela realização da justiça social e a obtenção de conquistas permanentes para os explorados é para ser travada nas ruas e locais de trabalho; temos de ir aonde o povo está. Não nos bailes e farsas de Brasília, pois neles só se desperdiça tempo e ajuda o inimigo a plantar ilusões na cabeça dos explorados. Aqueles que precisam de tudo, mas nada receberão enquanto não tomarem seus destinos nas mãos. 

Uma esquerda de verdade lhes estaria dizendo isto, ao invés de derrubem Temer! ou votem no Lula!  

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