O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, relator dos processos gerados pela Operação Lava-Jato, jogou no ventilador um lote de 2.200 gravações resultantes da delação premiada da JBS, inclusive um que traz o jornalista direitista Reinaldo Azevedo, então colunista da veja (que também hospedava seu blogue), criticando uma matéria de capa da revista.
Não era ele o investigado, mas sim a interlocutora: Andrea, a irmã do senador Aécio Neves. E a crítica dizia respeito à forma como a revista abordara suspeitas contra Aécio. Azevedo preferia que o tucano fosse poupado de alusões negativas.
Azevedo pediu o encerramento do seu contrato com a veja e a revista aceitou.
É bem possível que haja jogo de cena em tudo isso. Eu não estranharei se ocorrer uma reconciliação depois que a poeira baixar, pois foram feitos uma para o outro.
Declaro, portanto, minha solidariedade ao Azevedo no que tange à ilegalidade gritante cometida por Fachin, ao dar a público uma conversa que não tinha absolutamente nada a ver com o objeto das investigações, mas servia para desacreditar um desafeto dele. Pode não ter sido uma vendetta ou uma forma de intimidação, mas que parece, parece...
Quanto às suspeitas suscitadas pela revelação estapafúrdia, eu até teria algo a dizer sobre o assunto, mas não o farei desta vez. Vou esperar até surgir uma oportunidade que não envolva grampos e abusos de poder.
De resto, a presidente do STF, Carmen Lúcia, afirmou:
De resto, a presidente do STF, Carmen Lúcia, afirmou:
"O Supremo Tribunal Federal tem jurisprudência consolidada no sentido de se respeitar integralmente o direito constitucional ao sigilo da fonte. A presidente do STF reitera o seu firme compromisso, que tem sido de toda vida, de lutar, e agora, como juíza, de garantir o integral respeito a esse direito constitucional".
Espero que ela não fique só na retórica e aja concretamente para disciplinar Fachin. Ele pisou feio na bola.
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