Em tempos de vacas magras, tudo que a imprensa quer é estardalhaço, pois faz aumentar a venda dos veículos impressos e a audiência dos eletrônicos, das quais, além disto, depende a quantidade, o tamanho ou duração das peças e o preço das inserções publicitárias.
Então, era previsível que acontecesse o que aconteceu ao vazar a lista do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, contendo 98 personagens que passarão a ser investigados por suspeita de corrupção (oito ministros, 24 senadores, 39 deputados, três governadores, um membro do Tribunal de Contas e 23 pessoas que não possuem foro especial mas estão relacionados a fatos que envolvem políticos com mandato): foi trombeteada como um apocalipse que se abaterá sobre a política brasileira, não deixando pedra sobre pedra.
Devagar com o andor, pois o santo é de barro. Agora vêm três fases que, dado o poder de fogo dos envolvidos e sua possibilidade de contratar os melhores advogados para eximi-los de culpa ou retardarem a tramitação, deverão ter duração bem longa:
1. coleta de provas por parte da Procuradoria Geral da República, a qual, para utilizar métodos de investigação que exigem autorização judicial, terá de pedir a aprovação do Fachin e aguardar a resposta;
2. se a PGR avaliar que há provas suficientes para processar algum(ns) investigado(s), encaminhará denúncia ao STF, caso contrário vai pedir o arquivamento do inquérito;
3. os ministros da 2ª Turma do Supremo vão decidir se acatam ou não a denúncia (em caso afirmativo, os nomes apontados se tornarão réus de uma ação penal).
Só para se ter uma ideia: da lista do ministro Teori Zavascki de março de 2015, autorizando a abertura de 21 inquéritos envolvendo 55 figurões, apenas quatro desses políticos viraram réus até hoje!
Então, o que realmente começou nesta semana foi uma interminável novela. E, embora a opinião pública geralmente encare os nomes da lista como irremediáveis culpados, os ditos sujos (ôps, quer dizer, cujos), em sua grande maioria, acabarão se safando, ou por não se tornarem réus, ou por serem depois inocentados, ou por prescrição dos seus crimes.
Está aí o Renan Calheiros, que não me deixa mentir. Dono de uma biografia impressionante (vide aqui), ele ocupa, na lista do Fachin, a terceira posição dentre os políticos com maior número de inquéritos a serem abertos: quatro. À sua frente só estão Aécio Neves e Romero Jucá (cinco cada). Atrás, 95. Alguém duvida de que ele escapará de novo dos rigores da lei?
Então, o que realmente começou nesta semana foi uma interminável novela. E, embora a opinião pública geralmente encare os nomes da lista como irremediáveis culpados, os ditos sujos (ôps, quer dizer, cujos), em sua grande maioria, acabarão se safando, ou por não se tornarem réus, ou por serem depois inocentados, ou por prescrição dos seus crimes.
Está aí o Renan Calheiros, que não me deixa mentir. Dono de uma biografia impressionante (vide aqui), ele ocupa, na lista do Fachin, a terceira posição dentre os políticos com maior número de inquéritos a serem abertos: quatro. À sua frente só estão Aécio Neves e Romero Jucá (cinco cada). Atrás, 95. Alguém duvida de que ele escapará de novo dos rigores da lei?
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