O eleitorado paulistano deu um formidável chute no traseiro de Fernando Haddad, ao eleger o outrora cansadinho João Dória Jr. já no primeiro turno da eleição para a Prefeitura.
Mesmo contando com todas as vantagens de ser o prefeito em exercício, Haddad obteve apenas 967,2 mil votos, equivalentes a míseros 10,9% do eleitorado total e 16,7% dos votos válidos. Foi o pior desempenho de um candidato do PT nas últimas décadas.
Mesmo assim, há uma claque extremada (politicamente correta) de Haddad na mídia, tudo fazendo para torná-lo candidato a governador em 2018. Os adversários, penhorados, agradecem.
Agora o UOL trombeteia, e a rede de propaganda petista amplifica, uma besteirinha a respeito de a velocidade de tartaruga nas marginais paulistanas ter feito diminuir em 52% os óbitos nelas registrados.
Para quem não é otário, a explicação de tal pesquisa ter chegado a tão estapafúrdia constatação vem logo no terceiro parágrafo: "O resultado é fortemente influenciado pela redução dos atropelamentos fatais, que quase zeraram nas marginais –de 24 casos acumulados em 12 meses até junho de 2015, houve apenas um em período equivalente até 2016".
Ora, quem conhece as marginais está careca de saber que NÃO são vias para serem atravessadas por pedestres, tanto que esta possibilidade não lhes é facultada em trecho nenhum. Quem o faz, infringe as regras de trânsito e arrisca estupidamente a vida.
Então, se apressadinhos desdenham as mais elementares normas de segurança, devemos voltar ao tempo das diligências para evitar que quebrem a cara? Se este fosse o critério em todas as vias públicas, São Paulo finalmente, pararia, desmentindo seu slogan tradicional.
Como meu trajeto até a morada de uma das minhas filhas me obriga a utilizar amiúde as marginais, tenho constatado in loco quão demagógica e contraproducente é a imposição do Haddad, bem como quantos transtornos causa aos motoristas da cidade. Sua votação minguada teve muito a ver com a extremada rejeição que esta presepada lhe granjeou.
Só fanáticos teimam em impor suas teimas ideológicas quando elas são atropeladas pela realidade de forma tão esmagadora. Enquanto Eduardo Suplicy deu uma impressionante demonstração de força ao obter no último pleito a maior votação (disparada!) de um candidato a vereador em todo o País, Haddad fez o PT amargar uma de suas mais acachapantes e doloridas derrotas.
Para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, não há a mais remota dúvida sobre quem mereça alçar voos maiores e quem deva penitenciar-se dos seus erros ficando afastado da cena política por um bom tempo.
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