segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

OU DILMA SALVA GRAÇAS, OU SALVA A PETROBRÁS. AMBAS, NÃO DÁ.

Não precisaremos esperar até janeiro de 2016 para assistirmos ao Missão Impossível 5, ainda em fase de produção. Algo bem parecido, só que mais inverossímil ainda, acaba de ser visto no Brasil.

Foi no café da manhã no Palácio do Planalto desta 2ª feira (22), quando a presidenta Dilma Rousseff mostrou acreditar que ainda seja possível salvar a chefona da Petrobrás, Graças Foster, ao afirmar que sua demissão "não é necessária". 

Foi algo tão estapafúrdio como se o comandante do Titanic, depois do navio chocar-se com o iceberg, tivesse dito que a evacuação dos passageiros era dispensável...

Só nos vossos sonhos, presidenta. No mundo real, trata-se do primeiro e fundamental passo para o governo deter o derretimento da Petrobrás. Esta ficha já deveria ter caído para V. Exa. há muito tempo. 

Tanto que, nesta altura do campeonato, não tem mais a menor importância a honestidade ou não da vossa protegida. Podemos até admitir que ela haja deixado de tomar as providências indispensáveis contra a corrupção explícita na estatal porque havia obstáculos políticos intransponíveis, do tipo herança maldita

E daí? O certo é que se conformou com uma situação inaceitável e o elástico, de tanto ser esticado, arrebentou na cara dela. Agora, Graças está além de qualquer possibilidade (não catastrófica) de salvação.

Ou seja, a alternativa que resta para Dilma é exonerá-la o quanto antes ou impor ao Brasil um prejuízo de bilhões e bilhões de dólares, pois a Petrobrás perde valor de mercado a cada dia que passa.

Os investidores só acreditarão que há chance de recuperação se a direção for mudada; caso contrário, a sangria continuará até o mais amargo fim. É simples assim.

Quem quer participar da política oficial, tem de aceitar as regras do jogo. Quando eu percebi que não me passariam pela goela as concessões inerentes, desisti para sempre, optando pela integridade.

No caso da Dilma, contudo, é tarde demais, comprometeu-se até 2018. Então, só lhe resta seguir adiante no rumo livremente escolhido; e, portanto, deve agir conforme o seu cargo impõe, doa o quanto lhe doer.

Um paradoxo: por mais que se esforçassem, os privatizantes nunca conseguiram afundar tanto a Petrobrás quanto os últimos governos, ideologicamente simpáticos à estatal. O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções.

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