Minha sugestão de filme para esta 4ª feira é O rato que ruge (1959), comédia clássica com o genial Peter Sellers. O diretor Jack Arnold, consagrado na ficção científica (O incrível homem que encolheu, Tarântula, O monstro da lagoa negra), deu novo atestado do seu enorme talento e versatilidade.
Um pequeno país em grave crise econômica declara guerra aos EUA, na certeza de que perderá, mas esperando deles receber depois a mesma ajuda financeira concedida às nações derrotadas na 2ª Guerra Mundial.
Então, seu exército de 20 homens armados com arco e flecha atravessa o oceano numa barcaça e executa fielmente o plano. Surge, contudo, um pequeno imprevisto: eles ganham a guerra.
Esta, evidentemente, é uma hipótese fictícia. Na vida real, o rato com certeza iria rugir na ONU, sem efeito prático nenhum, mas dando uma satisfação ao público interno (ingênuo a ponto de acreditar que uma superpotência se aflija com o jus sperniandi dos impotentes).
Enfim, são as encenações que contam na sociedade do espetáculo... cumprindo o papel de dar compensações ilusórias às pessoas, para que elas sintam-se desobrigadas de exigir providências concretas.
Enfim, são as encenações que contam na sociedade do espetáculo... cumprindo o papel de dar compensações ilusórias às pessoas, para que elas sintam-se desobrigadas de exigir providências concretas.
Os interessados em baixar o filme completo (torrent + legenda) o encontrarão aqui.
5 comentários:
Celso,
O que mais poderíamos esperar da presidência da república? A mídia internacional deu grande destaque ao pronunciamento.
O ato, concordo, foi simbólico. Mas ainda é alguma coisa. E é melhor do que nada.
Cássio,
não esqueça que o Brasil foi um dos países a que Edward Snowden pediu asilo. O Itamaraty resolveu nem sequer avaliar o mérito da solicitação, sob os PRETEXTOS de que viera em "carta genérica" e o Snowden não estava numa embaixada brasileira.
Se era para dar um tapa na cara do Obama, mais valia abrigar o Snowden do que falar na desmoralizadíssima ONU, que já censurou os israelenses dezenas de vezes sem mudar um milímetro sequer a postura daqueles piratas, violadores sistemáticos do Direito internacional.
Nos assuntos domésticos, quando um governo não quer resolver nada, nomeia uma comissão para estudar o assunto.
Nos internacionais, faz um pronunciamento na ONU.
Um abração!
Apesar de ser uma atitude inócua, já serviu para desencadear a ira da mídia conservadora. E para deixar o Obama numa saia justa.
Mas sou obrigado a concordar, ter concedido asilo ao Snowden seria bem melhor...
Não me impressionaria se com o asilo viesse uma onda de protestos por parte de nossa mídia. A veja, certamente, improvisaria uma história fajuta para desmoralizar o azarão.
Abraço!
Desculpa, Celso. Não tenho nenhuma simpatia pela Dilma e muito pouca pelo PT e seu arreglo conservador, mas vc foi cáustico ao extremo na sua análise. Além de injusto.
Nos dias em que nem China e Rússia se opõem para valer ao poder incontrastável e sem controle do Império, o que o Brasil poderia fazer?
Dar asilo ao Snowden - que acharia ótimo - só daria no fundo mais um motivo para o Tio Sam apontar e redobrar sua espionagem nojenta contra o Brasil. Ao passo que o discurso sem meias palavras da Dilma deu a resposta que o Império merecia ouvir e acho que só o Chávez ousava dar ultimamente.
O que o Brasil deveria fazer como "retaliação" era parar de comprar aviões meia boca franceses e partir logo pros Russos. Comprasse uns 80 Sukhoi só pra começar e o Império teria uma resposta.
Meu caro Roberto,
numa situação dessas, o Chávez jamais se limitaria às palavras... que o vento leva. Haveria de encontrar uma linha de AÇÃO, se não à altura do insulto, pelo menos não tão aquém dele.
Um abração!
Celso
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