sexta-feira, 27 de abril de 2012

RAPIDINHAS DO FERIADÃO

 RODAS DO RETROCESSO

Foi um sucesso a noite de autógrafos de Battisti na USP, com o anfiteatro da Faculdade de Geografia quase lotado.

Na mesa estavam o Carlos Lungarzo, Eduardo Suplicy, Luiz Eduardo Greenhalgh, Magno de Carvalho e este que vos escreve.

Houve pungentes desabafos de funcionários e de um professor aposentado da universidade, contra a caça às bruxas desencadeada por quem quer fazer as  rodas  da história girarem para trás.

Suplicy cantou uma relíquia musical da velhíssima guarda, daquelas que vovó gostava.

Cobrei-lhe um posicionamento mais firme do PT acerca da ocupação militar da USP & punições contra alunos e funcionários, piores ainda que as adotadas pela ditadura militar.

Aguardo resposta.

O PRIMEIRO DOS CESARES

Battisti é um brincalhão.

Para prevenir problemas legais, descaracterizou o caráter autobiográfico de Ao pé do muro, apresentando-o como uma "obra de ficção".

E houve jornalistas que acreditaram, a ponto de, baseados no release, noticiarem que o livro "conta a história de Augusto, foragido internacional que vem para o Brasil em busca de proteção".

Não perceberam que, em tudo e por tudo, o tal Augusto é o Battisti cravado.

Além de passarem batidos pela galhofa battistiana de dar ao seu ersatz o nome do primeiro dos Cesares, Otávio Augusto, herdeiro do conquistador da Gália.


BODE EXPIATÓRIO

Por falar em Júlio César, que lástima o afastamento do goleiro corinthiano por ter reincidido nas falhas do passado!

Na partida em que a Ponte Preta alijou o Timão do Campeonato Paulista, ele engoliu um frango d'água exatamente como na final do Paulistão 2011. Ninguém terá se dado conta de que ele deveria ser treinado para jogar melhor sob chuva ou ceder o lugar ao reserva quando o campo estiver encharcado?!

E voltou a desferir chutão à meia altura para a frente, depois de um deles haver sido interceptado por um atacante do Goiás e convertido num gol de funestas consequências para o Corinthians em 2010.

Ou seja, não colocaram tranca na porta arrombada. E atiram a responsabilidade por uma dolorosa derrota nos ombros débeis de um jovem  prata da casa.

CASA GRANDE & SENZALA

Outra futebolística: dirigentes do São Paulo estão furibundos com o ministro do TST que não lhes reconheceu o direito de impedirem seu escravo de jogar pelo Internacional.

Lamentam não poderem trancar os dois na senzala, o jogador e o togado.


DESVALORIZAÇÃO

Quando escrevo sobre assuntos referentes à ditadura militar, costumo incluir no rodapé: ex-preso político. É uma forma de informar ao distinto público que sou parte da história e não um observador neutro -- até para os leitores saberem onde estão pisando.

Penso seriamente em deixar de fazê-lo, para não ser confundido com o Carlinhos Cachoeira, o mais novo preso político da praça.


 ALI KAMEL LEVOU UMA SURRA

Para quem achar que exagerei nas referências ao Ali Kamel, o  grande ditador  da Globo (no sentido de que pensa ser um Hitler, mas não passa de um Carlitos...), recomendo o ótimo artigo de Rodrigo Vianna --A terceira derrota de Ali Kamel: 10x0. Brasil vira a página do "racismo cordial"--, que pode ser acessado aqui.

Uma amostra: "Não apareceu ninguém para defender a 'sociologia kameliana' no STF. Ele levou uma surra. (...) Ali Kamel provavelmente acredite que é o novo Freyre, o novo formulador da 'democracia racial' brasileira. Um Freyre incompetente. Porque mesmo entricheirado na emissora mais poderosa da América Latina, ele perde todas. Perde o debate no STF, perde as eleições, perde a capacidade de influir nas decisões do Estado brasileiro".


O MUY AMIGO E O DO PAPELZINHO

Provocado por Aécio Neves que,  muy amigo, o apontou como uma boa alternativa tucana para a eleição presidencial de 2014, José Serra deu desmentido compulsório à imprensa: "Quero me candidatar à prefeitura e terminar o mandato".

Se estivesse lá, eu lhe pediria que assinasse um papelzinho como garantia da promessa.

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