segunda-feira, 22 de setembro de 2008

TÚNEL DO TEMPO: CAÇA ÀS BRUXAS EM PLENO SÉCULO 21!

Neste domingo, em Copacabana (RJ), cerca de 10 mil pessoas participaram de uma Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa.

Foi um protesto contra a discriminação e a violência a que vêm sendo submetidas as religiões de origem africana, como o ataque a um centro umbandista em junho e a proibição de terreiros em favelas, por ordem de traficantes certamente inspirados pelos caçadores de bruxas neo-pentecostais.

Além de Fernando Gabeira (PV) e Jandira Feghali (PC do B), que tinham motivo para estar lá, pousou também um estranho no ninho: Marcelo Crivella, candidato do PRB à Prefeitura do RJ, cuja campanha surpreendentemente sobreviveu à responsabilidade direta que ele teve no envio do Exército ao morro da Providência e três hediondos assassinatos decorrentes.

Parece que os cariocas não são mais tão politizados como eram em tempos idos; seu espírito de justiça deve estar embotado.

Crivella tenta se apresentar como vítima da intolerância religiosa. Propaganda enganosa. A Igreja Universal do Reino de Deus, da qual ele é cria (ex-pastor e sobrinho de Edir Macedo), não se enquadra entre as religiões. Suas atividades estão, isto sim, capituladas no Código Penal: estelionato, curandeirismo e lavagem cerebral.

Chocante é a omissão das autoridades brasileiras, pois tais práticas criminosas já foram diversas vezes flagradas e escancaradas na imprensa.

Os crédulos que fecharam olhos e ouvidos a tudo que era mostrado - inclusive aquelas imagens repulsivas de Edir Macedo e cúmplices dividindo o butim - já não são cidadãos no sentido pleno da palavra: viraram zumbis, incapazes de pensar por si próprios e, portanto, de defender seus interesses.

Precisam da proteção do Estado. Dificilmente a terão, enquanto os governos não prescindirem do apoio das bancadas neo-pentecostais para ganhar votações espúrias na esfera legislativa.

No afã de arrancar até o último centavo dos pobres coitados que lhes caem nas garras, esses devotos do Bezerro de Ouro erigiram os cultos afro-brasileiros em bicho-papão, repetindo uma jogada manjada desde que os nazistas incendiaram o Reichstag e botaram a culpa nos judeus.

Quem não tem valores positivos a oferecer, imanta seu rebanho por meio da rejeição a um inimigo sinistro, real ou imaginário.

Até em Salvador, a capital negra do Brasil, têm pipocado agressões bestiais e covardes aos umbandistas.

Minha total solidariedade às vítimas.

Meu mais vêemente repúdio aos intolerantes e aos truculentos, bem como aos oportunistas que prometeram defender o povo e agora lavam as mãos face à sua exploração e aviltamento.

Um comentário:

ismar disse...

Celso,

A Igreja (seita?) Universal está fazendo uma verdadeira perseguição religiosa contra os adeptos das religiões de matriz africana ( umbanda, candomblé e etc ), num claro desrespeito à nossa constituição e ao código penal.

Ainda bem que existem pessoas como você que consegue descrever em palavras, atitudes absurdas perpetradas pela igreja do Edir Macedo. Até quando?

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