domingo, 21 de setembro de 2008

MAIS UMA VEZ A VIDA IMITA A ARTE

A Polícia Civil de São Paulo anuncia a prisão de membros do Primeiro Comando da Capital que, além de traficarem droga, promoviam os chamados tribunais do crime - julgamentos comandados por um presidiário do PCC que, por celular, decide a morte ou não de uma pessoa.

Brigas de bar, furtos, roubos, estupros, homicídios, desde que cometidos na área de influência do PCC, têm seus autores ou suspeitos levados ao tribunal do crime.

E nem a menoridade evita a pena capital: uma jovem de 17 anos acabou assassinada a facadas, na periferia de Sorocaba, em razão da sentença dos marginais. As autoridades já relacionaram nove vítimas fatais.

O cinema antecipou essa prática criminosa em nada menos do que sete décadas: o clássico M, o Vampiro de Düsseldorf (1931), de Fritz Lang, mostra um assassino serial (Peter Lorre) sendo levado a julgamento pelo submundo porque suas atividades faziam aumentar em muito o policiamento, atrapalhando os contraventores normais.

Obra-prima do expressionismo alemão, esse filme foi considerado premonitório noutro sentido, já que mostrou uma sociedade em que a lei era aplicada pela escória. Muitos consideraram que foi exatamente isso o que aconteceu logo depois na Alemanha, sob o nazismo.

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