Jair Bolsonaro fez domingo passado na avenida Paulista um ato (sem) público constrangedor, recorde negativo desde sua primeira campanha presidencial.
Dificilmente atravessará o presente semestre sem ser condenado por tentativa de autogolpe e preso. Vai passar julho inteiro em repouso por estar com problemas de saúde.
Nos bastidores, a rinha entre os pretendentes a substitui-lo como candidato ultradireitista à presidência corre solta, com Tarcísio de Freitas na dianteira.
Lula, cuja saúde também tem se deteriorado acentuadamente, tenta por todos os meios sair da condição de rainha da Inglaterra à qual a Câmara Federal o está relegando, ao arrancar-lhe os recursos necessários para governar segundo o figurino populista do é dando que se recebe. Mas só repete os clichês de outros carnavais que já cansaram o eleitorado, incapaz de propor iniciativas que lhe restituam a popularidade perdida.
Ambos dão declarações de que ainda não desistiram de candidatar-se a presidente em 2026, sem a humildade de reconhecer que a candidatura já desistiu deles.
Bolsonaro, pateticamente, comete o ato falho de anunciar sua meta de fazer as bancadas direitista e ultradireitista ultrapassarem 50% e, assim, ele obter mais poder do que o próprio presidente, na vã suposição de que tal papo furado convencerá os cidadãos pensantes, pois:
* mesmo em liberdade seu prestígio está em franco declínio, portanto jamais será o principal impulsionador da votação conservadora para a concretização de tal objetivo, a ponto de dele tornar-se o grande beneficiário;
* ao pretender criar um outro tipo de atalho para ser o principal mandatário mesmo sem vencer nas urnas, ele implicitamente admite que é carta fora do baralho na próxima eleição, embora teime em negar que já tenha caído na real.
A Eliane Cantanhêde está certa quanto ao cenário futuro mais provável nas atuais circunstâncias seja o de que 2026 aponta para a direita radical contra uma direita não radical travestida de centro, conforme intitulou sua coluna do dia 30 no Estadão, deixando claro que os personagens principais da polarização entre direita radical e direita light dos últimos anos já não lideram os respectivos campos:
"A força mobilizadora de Bolsonaro está se desmilinguindo a olhos vistos, como a do PT e do próprio presidente Lula".
O pior é que quem cresce nas ruas, e consequentemente na Câmara Federal e nos Executivos estaduais e municipais, está sendo a direita.
Foi catastrófica para a esquerda a faina lulista para reduzir a influência idealista dentro do PT e direcionar o partido apenas para as batalhas eleitorais, priorizando a conquista de mandatos bem comportados dentro do sistema capitalista agonizante, o que fez dele mais uma força auxiliar da burguesia do que uma alternativa de poder para os explorados, excluídos, humilhados e ofendidos.
Agora terá de tomar o rumo diametralmente oposto, se não quiser repetir a trajetória de partidos de esquerda ou dela próximos que se descaracterizam e foram ficando cada vez mais irrelevantes, como o PTB, o PDT, o PMDB e o PSDB (por Celso Lungaretti)
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