Após 12 anos sendo perseguido pelo governo dos EUA, primeiro através de falsa acusação de agressão sexual, depois por acusações diretas do governo estadunidense, Julian Assange está livre e de volta a seu país natal, Austrália. Sua libertação ocorreu após se declarar culpado das acusações feitas pela justiça estadunidense durante audiência no tribunal de Saipan, ilha pertencente aos EUA e localizada no meio do oceano pacífico. Por óbvio, o reconhecimento de culpa só vem como resposta à chantagem sofrida por Assange que, após mais de uma década encarcerado na embaixada equatoriana em Londres e nas prisões inglesas, poderia vir a ser trancafiado pelo resto de sua vida na Terra da Liberdade. Semelhante a Galileu, que reconheceu seus crimes diante da ameaça de ser torturado e mesmo queimado vivo, o jornalista australiano reconhece sua culpa por titânica pressão do estado mais poderoso da história mundial. Em nada, portanto, anula sua luta pela verdade e pela dignidade. Ao contrário, saí da prisão tão íntegro quanto entrou, tendo demonstrado por todo esse tempo sua dignidade.
Assange foi perseguido apenas e tão somente por revelar os nefandos crimes cometidos pelos EUA em suas guerras contra o terror. Através de suas publicações, feitas em colaboração com centenas de jornais ao redor do mundo, ele desnudou a hipocrisia e a violência do imperialismo ianque, sua crueldade e falta de humanidade. Por sua colaboração em prol da verdade e da justiça, Julian Assange será eternamente um dos maiores heróis da história e inspiração para todos os que lutam por um novo mundo. (por David Coelho)
3 comentários:
Belo texto, David.
Infelizmente, a lavagem cerebral da indústria cultural sempre vai conseguir prevalecer sobre os nossos abnegados esforços para despertar a consciência dos cidadãos comuns; conseguiremos fazer com que pequenos contingentes percebam a verdade, mas a maioria bovinizada continuará acreditando na versão dos poderosos.
Impossível não pensar no caso do Cesare Battisti, vítima de uma das mais odiosas perseguições das décadas recentes. Coagido a reconhecer culpas em casos já prescritos e de abusos de poder grotescos do Estado fascistizado italiano, acabou reconhecendo envolvimento em dois episódios de uma guerra subterrânea.
Até hoje o dão como responsável por quatro assassinatos, mesmo sendo incontestável que num deles era totalmente impossível sua presença física no palco do acontecimento.
A Fred Vargas, o Carlos Lungarzo e eu fizemos das tripas coração para frustrar os planos vingativos e ilegais do Berlusconi em 2011, salvando o Cesare da extradição que o poder econômico italiano e os canalhas reacionários brasileiros tinham tudo para conseguir.
Mas, nunca desistiram, tentaram sequestrá-lo nas nossas barbas e finalmente, pouco antes da posse do palhaço sinistro, conseguiram o troféu que há tanto buscavam pisoteando tudo que é lei.
Temos de prezar, e muito, essas pequenas vitórias que ainda conquistamos de vez em quando, sempre lutando em condições de absoluta inferioridade de forças.
Boa noite David.
Uma dúvida: E quanto a reinvindicação dos Professores
das universidades federais?
Um abraço, e ótima semana, do Hebert.
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