segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

PELÉ NÃO TEM AS HORAS CONTADAS, COMO NOTÍCIA ALARMISTA FEZ CRER

E
mbora seja repórter da Folha de S. Paulo intermitentemente desde 1990 e tenha uma pós-graduação em gestão de saúde pela FGV, a jornalista Cláudia Colluci colocou o mundo inteiro de sobreaviso, na expectativa da morte do rei Pelé, devido aos parágrafos iniciais da sua notícia do último sábado (3): 
"Internado desde a última terça (29) no Hospital Israelita Albert Einstein, Pelé, 82, não responde mais ao tratamento quimioterápico que vinha fazendo desde setembro do ano passado, quando foi operado de um câncer de intestino. No início do ano, foram diagnosticadas metástases no intestino, no pulmão e no fígado.

A Folha apurou que o craque está em cuidados paliativos exclusivos. Isso quer dizer que a quimioterapia foi suspensa e que ele segue recebendo medidas de conforto, para aliviar a dor e a falta de ar, p. ex., sem ser submetido a terapias invasivas.

Cuidados paliativos são indicados a todos os pacientes com doenças ou condições progressivas e potencialmente mortais. As medidas vão depender dos sintomas, da funcionalidade e do prognóstico, ou seja, quanto tempo de sobrevida se espera para o paciente".
Pelé, aos 17 anos, comemorando a
conquista do Mundial com Gylmar e Didi
 
Na edição desta 2ª feira (5), contudo, ela explicou que a situação do maior futebolista do mundo no século passado não era a que os leitores comuns concluíram:
"Cuidados paliativos não significam uma morte iminente, muito menos que a equipe médica desistiu do paciente, como muitos ainda pensam. Não é infrequente que doentes em cuidados paliativos se estabilizem de quadros agudos e tenham alta hospitalar, p. ex. 

O assunto vem sendo muito discutido após a Folha [ou seja, ela mesma, Colluci] revelar que Pelé não responde mais ao tratamento quimioterápico e está sob cuidados paliativos exclusivos. Isso quer dizer que a quimioterapia foi suspensa e que ele segue recebendo medidas de conforto para a aliviar a dor e a falta de ar, p. ex., sem ser submetido a terapias invasivas.

Há artigos científicos mostrando que, em certas condições, cuidados paliativos podem resultar em uma sobrevida ainda maior do que a observada em tratamentos quimioterápicos ou outras intervenções consideradas fúteis para pacientes incuráveis".
Portanto, a culpa pelo alvoroço que a notícia causou não é dos muitos leigos que acreditaram numa morte iminente, mas sim de quem abordou o assunto de uma forma que, intencionalmente ou não, foi alarmista e chocante.
Em 1980, ele foi eleito atleta do século por jornalistas
das 20 principais publicações esportivas do planeta
  

O fato é que a colega parece ter esquecido que escrevia para um jornal direcionado a leitores com os mais variados perfis e não para a
Revista Brasileira de Educação Médica

Se quem é do ramo tem obrigação de entender o que ela quis dizer, os leigos não têm obrigação nenhuma e justificadamente passaram a acender velas e a rezar por um milagre.

Então, o que cabia no caso era um humilde pedido de desculpas e não a postura arrogante de culpar a imensa maioria dos leitores por, burrinhos, terem entendido mal aquilo que magister dixit. (por Celso Lungaretti)
Competente documentário de longa-metragem, dirigido em
2016 pelos irmãos estadunidenses Jeff e Michael Zimbalist.

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