sábado, 3 de dezembro de 2022

É COPA DO MUNDO OU ULTIMATE FOOTBALL FIGHTING?

Nem sempre os escândalos do Neymar são mero fingimento. Contra a Sérvia não foram. 
É
simplesmente ridícula a grita dos comentaristas esportivos brasileiros contra a decisão de Tite de poupar todos os titulares contra Camarões, tendo em vista que nossa seleção já estava classificada e o intervalo para a partida com verdadeira importância, iniciando a fase de mata-mata, seria tão-somente de três dias.

A forma como a Fifa está agora estruturando a Copa é deplorável. Desde a escolha de uma sede inadmissível porque o Catar não passa de um enclave medieval em pleno século 21, com sua idiotia religiosa truculenta e fanática, mais apropriada para o ano de 1022 do que para o de 2022.

Passando por seu calor insuportável que, inclusive, obrigou a mudarem a Copa de meados do ano para seu final. A quase desclassificação da Argentina, por sinal, se deveu a ter travado a primeira partida na abrasadora hora do almoço do Catar, daí haver permitido a reação da Arábia Saudita no 2º tempo.
O goleiro Alireza Beiranvand, do
Irã, sofrendo concussão cerebral

E culminando pelo festival de contusões decorrentes de as arbitragens se mostrarem condescendentes com a rispidez dos selecionados de segunda ou terceira categoria, o que, tanto quanto os acréscimos pra lá de exagerados, leva todo jeito de haver sido orientação vinda de cima.

Deveria o técnico brasileiro ter arriscado titulares numa partida que não valia nada, apenas para preservar estatísticas do tipo de nunca havermos sido derrotados por algum escrete africano?! De que elas valem, afora servirem como matéria-prima para a promoção dos eventos?

O fato é que, cada vez mais, o futebol como negócio passa qual rolo compressor sobre o futebol como esporte, sob a égide de uma Fifa que está em vias de avacalhar em definitivo seu Mundial, aumentando para 48 (!!!) o número de nações participantes. 

Nem que seja para, mesmo na condição de sedes, tais países (pousados de paraquedas numa praia que não é a deles) perderem as três partidas disputadas, não marcando sequer um mísero gol, como foi o caso do Catar. 

Com isto, teremos cada vez mais essas seleções que jogam como se estivessem disputando uma guerra e cada vez mais os departamentos médicos serão decisivos para os resultados. Quem recuperar com maior rapidez os gladiadores tombados será campeão. Por que não mudar o nome da competição para Ultimate Football Fighting?!

Os deuses dos estádios parecem, contudo, estar compensando o Brasil pelos danos sofridos em função da insanidade do futebol 100% negócio, pois ainda lhe sobram jogadores para disputar semifinal e final em condições de igualdade com os que lá chegarem, afora ter verdadeiras babas pela frente nas oitavas (Austrália) e nas quartas de (Japão ou Croácia).
Alex Telles, nossa baixa contra Camarões, saiu chorando

Mesmo a semifinal será moleza, caso não trombemos com a Argentina. Quem tem medo de Austrália, EUA ou Holanda?  Só se fosse aquela saudosa Holanda da laranja mecânica...

Está facílima para nós a chegada à posição que realmente merecemos, com a melhor formada de futebolistas que levamos ao Mundial desde 2002: pelo menos entre os quatro primeiros. O horizonte se abriu e os adversários perigosos foram saindo de nosso caminho.

Mas, ainda que o hexa venha (e pode vir, sim!), não será nem de longe tão brilhante quanto as conquistas das quais temos reais motivos para nos orgulharmos: as de 1958, 1962, 1970 e 2002.

Por motivos diferentes, vai ser tão frustrante como o Mundial cauteloso de 1994, com sua ridícula final de 120 minutos sem gols seguida da loteria dos pênaltis (a qual, em verdade, não passa de um artifício para evitar a marcação de uma nova partida em que se definisse um campeão de verdade).

Isto porque os compromissos comerciais já assumidos o impedem. (por Celso Lungaretti) 
Observação: este post entrou no ar às 7h46. Depois, às 8h57 o UOL noticiou o corte de Alex Telles e Gabriel Jesus, ambos lesionados na partida contra Camarões. 
Perdemos dois reservas, mas poderíamos ter perdido titulares. Quão certo Tite estava ao poupar os melhores que tinha! (CL)

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