domingo, 18 de dezembro de 2022

DOS MORTOS SÓ SE FALA BEM?! É PREFERÍVEL DIZERMOS TODA A VERDADE!

T
rabalhando em redações, já tive o desprazer de escrever necrológios (é uma tarefa pra lá de deprimente!), inclusive de quem ainda não havia morrido, mas estava com um pé na cova.

Desde então, tenho a maior bronca do mortui non sunt nisi bene, que jamais deveria ser farisaicamente encampado pela imprensa. 

Dos mortos devemos, isto sim, falar tudo, o bom e o ruim, o que vá engrandecer suas memórias e também o que revelará seus pés de barro.

Então, vejo como uma aberração os necrológios do jornalista Carlos Brickmann (que acaba de falecer por falência múltipla dos órgãos, aos 78 anos).

Isto porque são exaustivamente relembrados até os mais ínfimos detalhes de sua trajetória, mas omitidos alguns de relevância bem maior .

Como o de que ele era virulento defensor do estado de Israel, mesmo quando este fazia na Faixa de Gaza uma repetição grotesca do Gueto de Varsóvia ou praticava pirataria em alto mar contra ONGs humanitárias.

[Em nome da honestidade intelectual, admito que desta vez tenho também uma razão pessoal, o quiproquó entre nós dois quando o Brickmann, por mensagem, tentou me convencer a alterar ou recolher o meu artigo Israel é o 4º Reich (acesse-o aqui) e eu me recusei.]
  
Outra omissão pra lá de de chocante está sendo a de que, em junho de 1989, Brickmann aceitou prestar assessoria de imprensa à campanha presidencial do Paulo vou botar a Rota na rua Maluf, por 15 mil dólares mensais. 

Remuneração tão exagerada foi um assombro na época, tanto que a revista Imprensa fez, em sua edição 36, uma enorme matéria-de-capa sobre essa e outras contratações temporárias de jornalistas a peso de ouro.

Como costuma escrever o colunista esportivo Vitor Guedes, viva a memória! (por Celso Lungaretti)

Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails