sábado, 10 de setembro de 2022

SEQUESTRO DA FESTA DOS 200 ANOS NÃO EVITARÁ A IMINENTE DERROTA DO BOZO

cesar calejon
DATAFOLHA INDICA QUE O BOLSONARISMO
FALHOU EM SUA ÚLTIMA JOGADA
O
s atos do último dia 7 de setembro, durante os quais o bolsonarismo tentou se apropriar do bicentenário da independência do Brasil para avançar a sua busca pela reeleição, foram a última grande jogada do atual governo antes do 1º turno do pleito presidencial. 

Nesse contexto, Bolsonaro tinha dois grandes objetivos com as convocações de 4ª feira: 
— tentar mudar a correlação de forças na disputa com Lula; e
— diminuir a sua rejeição para preparar o terreno de um possível golpe de estado.
 
Os dados apresentados pela sondagem do Datafolha são claros no sentido de demonstrar que o bolsonarismo falhou em ambos durante, o que pode ser considerada a sua última chance de virar a disputa antes do dia 2 de outubro. 

A pesquisa, que foi realizada entre 5ª e 6ª feira, indicou que Lula mantém 45% contra 34% de Bolsonaro e que o ex-presidente tem 48% dos votos válidos, sustentando a viabilidade real de vitória ainda no 1º turno. 

Além disso, a avaliação de Bolsonaro teve a trajetória de melhora interrompida mesmo com os eventos do 7 de setembro, que os apoiadores do governo, até então, consideraram um grande sucesso.

Outro aspecto central a três semanas da eleição é o que aponta que 51% dos eleitores dizem não votar em Bolsonaro de jeito nenhum, contra 39% que afirmaram que jamais optariam por Lula. 

Ou seja, na melhor das hipóteses para o bolsonarismo, os eventos do dia 7 de setembro foram somente úteis para criar uma falsa impressão de que Jair Bolsonaro e os seus filhos não poderão responder pelos seus crimes a partir de 2023. 

Ainda assim, essa impressão também é falsa, porque o 7 de setembro de 2022 não reflete a força do bolsonarismo, propriamente. Os atos se deram em virtude de uma conjunção específica de fatores: a última chance que a parcela da população que se alinhou com o bolsonarismo teve de se manifestar antes das eleições e a captura da data, que mobiliza sentimentos nacionalistas, para fins eleitoreiros. Criou-se certo senso de urgência aliado ao patriotismo. 

Em 2023, sem o cargo e o poder correlato à Presidência e caso não esteja preso, as convocações feitas por Jair Bolsonaro não reunirão sequer parte do público que foi verificado há três dias. 

O melhor que o bolsonarismo leva dos atos realizados no 7 de setembro são algumas imagens que serão usadas ao longo dos próximos dias na campanha eleitoral. 

Só que isto, em última análise, não evitará a iminente derrota que se aproxima. (por Cesar Calejon, jornalista especializado em Relações Internacionais que é colunista do UOL)

Um comentário:

Anônimo disse...

Dowbor vê o ocaso do capitalismo (3)

https://www.ihu.unisinos.br/621960-dowbor-ve-o-ocaso-do-capitalismo-3

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