domingo, 24 de abril de 2022

INVASÃO DA UCRÂNIA SERÁ O COMEÇO DA 3ª GUERRA MUNDIAL?

presidente do meu grupo de correspondentes, a Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça, conseguiu um contato com o escritor Andrei Kurkov, filho de pais comunistas, nascido em 1961 perto da fronteira russa e vivendo agora no lado oeste da Ucrânia.

Kurkov, apesar dos seus 61 anos, se diz disposto a ajudar de alguma maneira na resistência ao invasor caso a guerra chegue até sua cidade. O ataque por dois mísseis Neptuno apoiados por um drone de fabricação turca, responsável pelo afundamento do navio de guerra russo Moskva, deve ter irritado Putin e vai provocar o recrudescimento dos bombardeios.

Kurkov não tem ilusões quanto a duração da guerra. Putin sente-se só e quer terminar sua missão; já morreram seus antigos aliados, por isso não se trata de uma simples guerra de reconquista de um território, mas de uma guerra da Rússia contra seus inimigos ocidentais, noutras palavras, do início da 3ª Guerra Mundial.

Uma jornalista russa da BBC, Farida Rustamova, antes de deixar a Rússia fez uma série de entrevistas com altos responsáveis do Kremlin, que se mostravam negativos com essa guerra. Segundo eles, Putin mostrava uma certa paranoia, não suportando críticas provavelmente diante dos meus resultados obtidos no começo da invasão. 

Mantendo ainda seus bons contatos, no seu último artigo ela cita dois altos funcionários, segundo os quais trata-se de uma guerra total contra o Ocidente e de que dessa situação já não existe a possibilidade de um retrocesso.
Com relação ao navio bombardeado, a Rússia não reconheceu tê-lo perdido por ataque ucraniano, mas divulgou nota dizendo ter sido um acidente interno ocasionando explosão nas máquinas.

Nem todos os escritores russos são contra Putin. P. ex., o escritor Timotei Sergueitsev, considerado o Steve Bannon russo junto a Putin, justifica, em nome do antinazismo, a purificação da Ucrânia. Ele é o autor de um texto violento sob o título O que deve fazer a Rússia com a Ucrânia?, publicado na agência oficial Novosti.

O documento é um completo desvario, fala nos esforços frustrados da Rússia para salvar o Ocidente, mas que a partir de agora a Rússia seguirá seu próprio caminho sem se preocupar com o Ocidente, num processo de descolonização mundial. Enquanto esse apelo fala em descolonização, o que realmente ocorre é uma tentativa de russificação da Ucrânia, contra a qual se mobilizam os países ocidentais. 

E fica a pergunta: levará esse confronto indireto dos países ocidentais com a Rússia, seja por ajuda militar ou para socorrer a população ucraniana, fatalmente ao confronto direto de uma guerra mundial, como acredita Kurkov? (por Rui Martins) 

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