quarta-feira, 26 de maio de 2021

O NOSTÁLGICO "ERA UMA VEZ O BRASIL" DO DALTON ROSADO COMEÇA A REPERCUTIR MAIS... AGORA QUE O PAÍS ESTÁ EM CACOS!

Demorou um tempinho, mas o Dalton Rosado –meu companheiro, amigo e colaborador deste blog há mais de 5 anos– começa a receber  nos círculos culturais cearenses o merecido reconhecimento por seu livro Era uma vez o Brasil... 1928/1968.

Neste mês de maio já havia sido publicada no site Segunda Opinião uma abrangente resenha do livro, assinada pelo economista e professor universitário Osvaldo Euclides, que pode ser lida aqui). 

Segundo Euclides, "quando Dalton Rosado escolheu colocar lado a lado a música e a política para contar a história recente e expor a alma brasileira, seguindo a trajetória de cada uma delas, deu ao livro uma originalidade e uma leveza únicas". 

E ontem (25/05) foi levada ao ar na TV Assembleia, emissora que se define como um canal de diálogo entre o Poder Legislativo e a sociedade cearense, a simpática entrevista do Dalton no programa Cabeceira, apresentado por Rosanni Guerra (veja-o logo abaixo).
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"O GRANDE PROTAGONISTA É O BRASIL" 
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Trata-se de uma ficção baseada em fatos que se desenrolam a partir de referências do cenário político/cultural brasileiro, abrangendo os mais importantes fatos dessas quatro décadas e seus personagens, em conexão com outras regiões brasileiras e com o mundo, destacando "o surgimento da rica música popular brasileira", explica Dalton.

O ponto de observação é o ambiente jornalístico, tendo como protagonista um repórter filho de pai italiano e mãe de origem nordestina. Carioca que gosta de samba e futebol, ele é boêmio, intelectual com simpatias socialistas e cobre o ambiente cultural da então cidade maravilhosa.
"Na verdade —diz Dalton, o grande protagonista do livro é o Brasil, com suas venturas e desventuras."
Constitui-se, diz ele, num "esforço de registro coloquial parcialmente condensado da nossa recente história cultural e política, buscando revelar a nossa alma mater e se constituindo num esforço de perenização da lembrança de alguns de nossos heróis, algozes, exemplos e lições"E conclui:
"A pretensão é de proporcionar informação com a alegria da música, apesar da realidade trágica sob a qual vive a maioria dos brasileiras. Espero que os leitores sintam-se confortáveis nessa Avenida Marquês de Sapucaí Literária".
UMA RÁPIDA ENTREVISTA COM O DALTON 

O livro fala muito sobre música, mas sempre em conexão com os grandes acontecimentos históricos de cada um dos momentos enfocados. Qual é a sua opinião sobre a História brasileira do período 1928/1968?

O traço mais marcante foi tratar-se de uma fase na qual se observa uma preponderância militar nos círculos de decisão, seja atuando por trás de governos ditos civis ou derrubando-os para estabelecer ditaduras. 

A chamada revolução de 1930, que mais não foi do que uma tomada do poder pelo tenentismo, entronizou Getúlio Vargas no poder, apesar de ele ter sido derrotado nas urnas. Daí resultando um inconformismo que desembocou na derrotada revolução constitucionalista de 1932 que, deflagrada em São Paulo, pugnava pela restauração democrático-burguesa. Foi quando a presença militar à frente ou nas sombras do poder passou a ser uma constante.

Vargas foi deposto em 1945, também pelos militares, que então inventaram uma eleição com dois candidatos militares e governaram até 1950, quando Getúlio Vargas voltou ao Palácio do Catete não mais como um usurpador do poder, mas na condição de presidente eleito. 

Um novo golpe militar já estava engatilhado em 1954, mas Getúlio o abortou com seu suicídio. 

Os fardados voltaram à carga vetando a posse do vice-presidente eleito João Goulart, quando Jânio Quadros renunciou em 1961, mas o governador Leonel Brizola resistiu a partir do Rio Grande do Sul, contando com o apoio do III Exército, bem como de movimentos de cabos e soldados em outros Estados.

Finalmente, em 1964 eles se reinstalaram no poder, seguindo-se 21 anos de alternância de generais à frente da Presidência da República, escolhidos exclusivamente pelos altos comandantes das Forças Armadas e depois confirmados por um Congresso Nacional que eles fechavam ou expurgavam sempre que lhes dava na telha.
Jobim e Vinícius em 1960,
no famoso Bar Veloso

O livro termina em 1968, com todas as agruras do AI-5, mas a ditadura militar só largou o osso em 1985, por já não ter esgotado todas as suas ideias e fórmulas para restabelecer o dinamismo econômico num país que ela mesma havia conduzido ao embotamento e ao marasmo.


De tudo se pode depreender que foram décadas de poder militar direto ou indireto, intercalados por breves momentos de governos civis, e todos eles relacionados com os eventos mundiais, até porque o Brasil continental não poderia ficar alheio a tais acontecimentos.
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E a música popular, tão destacada nesse painel de quatro décadas da vida brasileira, como é que é que ela entra no seu resgate histórico?
Não entra, exatamente, mas se projeta sobre o pano de fundo desse autoritarismo  às vezes escancarado, às vezes subjacente. E, mesmo assim, apesar daqueles vocês de maus bofes, geramos uma cultura muito rica, quase como contraponto à sisudez que nos tentavam impor. Não é à toa que um dos maiores clássicos da Bossa Nova trazia como estribilho tristeza não tem fim/ felicidade sim.
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Para encerrar, diga em poucas palavras o que o leitor encontrará em Era uma vez o Brasil...1928/1968?
O livro resgata a vida cultural do Brasil pela música e eventos culturais e esportivos, juntamente com os relatos dos embates políticos nos quais as elites brasileiras quase sempre levaram a melhor. Tudo se processa tendo como fio condutor a história pessoal de um jornalista incumbido de cobrir a cena político-cultural do país. 

Trata-se de uma ambiciosa junção ficcional com a realidade brasileira, de onde se podem extrair ensinamentos e informações que nos ajudarão a compreender o porquê de nossa trajetória tragicómica. 
O livro parece cantar.  
SERVIÇO — Era uma vez o Brasil... 1928/1968  (Premius Editora, 2020, 619p.) pode ser baixado do site da Amazon por apenas 7 reais (clique aqui).

Os tradicionalistas que não abrem mão do papel nem da dedicatória do autor, têm a opção de solicitá-lo por e-mail ao Dalton (daltonrosado@hotmail.com). 

Devem anexar o comprovante do depósito de R$ 60 em nome de Dalton Augusto Rosado de Oliveira e Souza (CPF 155.838.133-34). A conta corrente é a 0001-097926-6 do Banco Santander (033), agência 4279.

Não esquecer o endereço completo para o qual o livro deve ser enviado, nem o nome daquele(a) a quem deve ser feita a dedicatória. (CL)

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