BERLINALE PEDE LIBERTAÇÃO DO
CINEASTA SUDANÊS HAJOOJ KUKA
O Festival Internacional de Cinema de Berlim divulgou um comunicado se juntando ao protesto internacional contra a prisão do cineasta sudanês Hajooj Kuka e de quatro outros artistas, todos aleatoriamente acusados de causar incômodo público. O Festival de Berlim apelou às autoridades sudanesas pela libertação imediata de Hajooj Kuka.
Hajooj Kuka é um importante cineasta sudanês, membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Como diretor de documentários e filmes de ficção, seu trabalho tem sido apreciado pela crítica em todo o mundo.
Nascido no Sudão, Kuka estudou no Líbano e nos Estados Unidos, residindo atualmente no Sudão. Seu filme Beats of the Antonov (2014), sobre guerra, música e a resiliência do povo do Nilo Azul e das Montanhas Nuba, recebeu o prêmio de melhor documentário no Festival Internacional de Cinema de Toronto, no Durban International Film Festival e no Luxor African Film Festival.
Além de sua carreira cinematográfica, Hajooj Kuka também ensina drama e cinema a jovens artistas em Cartum e é co-fundador do Clube de Refugiados, uma aliança de artistas sudaneses cujo trabalho reflete uma consciência do estado transitório da migração. (por Rui Martins)
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TOQUE DO EDITOR – O episódio é característico da intimidação que regimes autoritários desencadeiam contra os espíritos livres e criativos, que não se conformam com os limites a eles impostos pela força bruta e burra.
No último dia 17 de agosto, Hajooj Kuka e quatro outros artistas foram julgados por poluição sonora em que teriam incorrido durante ensaio de espetáculo teatral num espaço que serve exatamente para os produtores de arte se reunirem.
Conforme o relato (vide íntegra aqui) de Ana Camila Esteves, no site Por dentro da África, houve queixas de que eles estariam perturbando a paz da vizinhança, mas já tinham baixado o volume quando a polícia apareceu e deteve cinco deles, disparando-lhes insultos e agredindo-os.
O veredicto judicial foi um flagrante exagero: multa de 90 dólares e dois meses de prisão.
Segundo a organização feminista Siha Network, tratou-se de uma intimidação contra um grupo de artistas e ativistas conhecidos no país por suas iniciativas críticas e contestadoras.
Além disto, a única mulher do grupo Duaa Tarig Mohamed Ahmed, que havia sofrido agressões físicas dos policiais, foi julgada separadamente dos quatro homens e repetidamente impedida de prestar queixas contra o agente que a espancou. (CL)
Um comentário:
Celso,
ficou muito melhor que minha nota recebida da Berlinale. Você pesquisou e descobriu a causa da prisão do cineasta.
Vou enviar o link para a Berlinale.
Grande meu caro!
Rui Martins.
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